Responsabilidade social

OPINIÃO - Saulo Marcos de Almeida

Data 04/05/2021
Horário 04:30

Você que só ganha pra juntar. O que é que há, diz pra mim o que é que há? Você vai ver um dia em que fria você vai entrar. Por cima uma laje, embaixo a escuridão. É fogo irmão!
O termo acima, embora limitado aos conceitos e práticas das grandes empresas no Brasil e no mundo, precisa com toda a celeridade possível, sobretudo em tempos de pandemia, chegar à sociedade em todos os níveis porque, além das práticas de solidariedade, ações de voluntariado, redução do impacto ambiental deve-se existir, antes de tudo, uma nova maneira de olhar a vida humana e a história que se deseja construir a partir do tempo chamado hoje. 
Responsabilidade social é uma exigência ética contemporânea e uma mudança de atitude para enfrentar os graves problemas que envolvem os seres humanos, animais e a natureza – ambiente habitado e que deve ser preservado de maneira sustentável. 
Parece razoável dizer que a cultura internalizada no homem contemporâneo, especialmente a Ocidental, comete alguns equívocos que afetam o equilíbrio e a manutenção da vida. 
Priorizar o acúmulo de bens e garantir o lucro tem sido destrutivo para toda a humanidade a despeito da aparente meritocracia de alguns poucos que, ajuntando coisas, bens e dinheiro esquecem-se do cuidado, sobretudo, daqueles (as) que nada têm e tanto carecem. Desejoso de TER em demasia alimenta-se o SER de interesses que precisa, pague o que custar, suprir-se materialmente tornando as relações humanas e suas virtudes de somenos importância e dando ao outro (o próximo) status de mercadoria/produto. Coisifica-se o SER humano e desumaniza-se o SER desesperado por adquirir e acumular!
Sopitado de tudo o se adquire por supostos méritos preserva-se e acresce-se o que ajuntou, esquecendo-se das causas vitais que envolvem e integram a vida (humana, animal e ambiente) de forma sustentável, para que ela se preserve e mantenha aqueles (as) que virão depois da atual geração. Envaidecido em demasia e sem consciência de que seu destino é o pó/terra, materializam-se as relações gélidas de custo e benefício, destrói as florestas, polui os rios, mata os animais e faz gemer a terra de tanta dor e sofrimento. 
Responsabilizar-se por um mundo sadio, mais humano e solidário é urgente e vital para a manutenção da vida!
 Não se deve viver refém de um projeto de ambição que objetive somente o lucro nas escolhas tomadas e nas coisas que se acumula e/ou adquire. Somar e multiplicar à vida também é dividir o que se tem, no alcance da alteridade, da caridade ao próximo e o amor a Deus. 
É urgente a transformação de atitude diante da vida e sua prática solidária e interdependente com tudo o que existe na natureza. Tornar sustentável o mundo habitado e equilibrar as relações, fora do paradigma de domínio e poder superando as políticas compensatórias que visam aliviar a consciência do ser humano da sua responsabilidade pela destruição da terra. 
Antes de confortar a alma dizendo: Tens em depósito muitos bens para muitos anos; descansa, come, bebe e regala-te... Vale a pena comprometer-se com a vida, ademais cuidar da criação de Deus para a manutenção de Sua graça e benefícios, sobretudo, àqueles (as) criados à sua imagem e semelhança. Paz e bem! 
 

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