Desde outubro, a SAP (Secretaria da Administração Penitenciária) transferiu aproximadamente 70 detentos de diversos presídios do Estado de São Paulo para evitar possíveis confrontos entre facções. A pasta não informa quantas dessas transferências envolveram unidades prisionais localizadas na região de Presidente Prudente, porém, conforme informações obtidas pela reportagem, pelo menos dez presos de "oposição" à maior organização criminosa que atua no Estado teriam sido levados anteontem da Penitenciária Wellington Rodrigo Segura, em Prudente, para a Penitenciária de Andradina.
Presos teriam deixado Penitenciária Wellington Rodrigo Segura
A determinação para as remoções foi dada pelo secretário Lourival Gomes. Para chegar a essa quantidade de remoção, a pasta expõe, por meio de nota de sua Assessoria de Imprensa, que foram analisados cerca de 220 mil prontuários de presos. Além dos registros do sistema carcerário, a SAP também usou informações recolhidas pelos diretores de unidades prisionais. A secretaria salientou ainda que o núcleo de inteligência da pasta se mantém permanentemente atento, "com vistas a antecipar qualquer tipo de movimento em prisões estaduais".
Inicialmente, a informação era que a SAP havia promovido as transferências dos cerca de 70 presos após os massacres no Compaj (Complexo Penitenciário Anísio Jobim), em Manaus (AM), e na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, em Boa Vista (RR), que resultaram em 87 mortes no início deste ano. No entanto, a secretaria desmentiu com relação à data. A SAP informou que "transferiu, desde outubro de 2016, aproximadamente 70 detentos de diversos presídios, para evitar possíveis confrontos entre facções, e não após os incidentes ocorridos em prisões do norte do país".
Por questões de segurança, a SAP não divulgou os locais de onde e para onde foram levados os presos envolvidos nas transferências. Mas ao que se sabe, pelo menos dez detentos teriam deixado a Penitenciária de Prudente anteontem em direção à Andradina. Além disso, outro possível destino na região é a Penitenciária Zwinglio Ferreira, a P1 de Presidente Venceslau. Unidades tratadas no sistema carcerário como de "oposição", por não abrigarem integrantes da organização criminosa da capital.
