Em tom enfático e provocativo, o secretário de Desenvolvimento do Estado de São Paulo, Jorge Lima, rebateu durante o evento da manhã desta segunda-feira (19), no auditório do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), a ideia de que a região administrativa de Presidente Prudente (10ª RA) seja uma das mais pobres do Estado. "Não é verdade. Ainda há um sentimento de pessimismo muito forte por aqui. E isso é prejudicial. Os números mostram outra coisa", afirmou.
A declaração foi dada após receber oficialmente o Plano de Desenvolvimento Regional, documento construído de forma colaborativa por entidades como Ciesp, Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), UEPP (União das Entidades de Presidente Prudente e Região), Acipp (Associação Comercial e Empresarial de Presidente Prudente), Grupo Lidera e outros representantes da sociedade civil. O evento foi realizado no auditório do Ciesp e contou com a presença de prefeitos, empresários e lideranças regionais.
Segundo Jorge Lima, estatísticas recentes apontam crescimento em diversos indicadores na região administrativa de Prudente: "A arrecadação cresceu 18,5% nos últimos dois anos. O número de empresas abertas aumentou 11,5%. O PIB [Produto Interno Bruto] regional teve um salto de 7,6%. E o emprego formal subiu 5,2%. A única queda foi na exportação, muito em função de um movimento pontual da JBS. Mas dizer que está tudo ruim é injusto".
O secretário frisou que a região não está entre as mais vulneráveis do Estado, citando como exemplos mais críticos o Vale do Ribeira e Itapeva. "Esse discurso de inferioridade é um obstáculo à autoestima regional. Não se desenvolve uma cidade sem orgulho e sem ego positivo", ressaltou.
Durante sua fala, Jorge Lima também criticou modelos de assistência social que não apresentam saídas para a população. "Condenar um cidadão a viver apenas de bolsa assistencial é injusto. Precisamos de programas com portas de saída, como os que existem na Índia e na Malásia. Não podemos conviver com a miséria como se fosse normal", disse.
O secretário elogiou o conteúdo do Plano de Desenvolvimento apresentado pela Coalizão Prudente, mas sugeriu ajustes e inclusão de novos focos estratégicos: "O plano é bom, está bem-feito, mas precisa de alguns reforços. Eu defendo fortemente a ideia do raio de 50 km como eixo de abastecimento para a indústria e o varejo local. Também defendo mais apoio à cadeia da agricultura e ao cooperativismo como forma de facilitar o acesso ao crédito".
Lima também sugeriu a inclusão de temas como turismo integrado regional, planejamento para atração de pequenas e médias empresas, regularização fundiária, oferta de áreas industriais e programas de capacitação de mulheres e jovens.
Ao final, Jorge Lima destacou que o Governo do Estado está disposto a apoiar as regiões que se organizam e apresentam planos sólidos. "Não faltará apoio. Mas é preciso sair do discurso de carência e agir com protagonismo. Essa região tem vocação, tem liderança, tem ativos e tem potencial. Agora é hora de tirar o plano do papel e executar com coragem".
Foto: Sinomar Calmona
“Essa região tem vocação, tem liderança, tem ativos e tem potencial. Agora é hora de tirar o plano do papel e executar com coragem”, destacou Jorge Lima
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