Secult de PP celebra investimentos e planeja formatações em 2016

Para o secretário Fabio Nougueira, cidade tem 3 grandes patrimônios na área: os espaços, a programação e a equipe

VARIEDADES - Oslaine Silva

Data 31/12/2015
Horário 05:53
 

 

 

Ele veio lá de Juazeiro do Norte (CE) e morando em Presidente Prudente desde 1977, vem se dedicando à cultura do município desde 1984. José Fábio Sousa Nougueira é o chefe da Secult (Secretaria Municipal de Cultura), que nesta edição, faz um balanço das atividades que ocorreram durante o ano de 2015 na cidade. Explana sobre o sucesso dos eventos que já se tornaram tradicionais, como a Virada Cultural Paulista; Salão do Livro - que somou 107.760 mil acessos em sua sexta edição no novo IBC Centro de Eventos; e o Fentepp (Festival Nacional de Teatro), que embora já seja considerado um patrimônio cultural do Brasil, vem tendo dificuldades na parceria com a Secretaria de Estado da Cultura. Por outro lado, ele ressalta a participação com excelência do Sesc-SP pela unidade local, que hoje é essencial para que o festival aconteça. Confira na íntegra a entrevista:

Jornal O Imparcial entepp teve 300 inscritos e encantou o público, com apresentações em diversos espaços

 

O IMPARCIAL - Faça uma avaliação sobre a cultura em Presidente Prudente no ano de 2015.

JOSÉ FÁBIO SOUSA NOUGUEIRA - Creio que foi o ano da consolidação da maturidade da gestão pública municipal na área da cultura. Com o apoio do prefeito Milton Carlos de Mello, Tupã , e do vice Marcos Vinha (PT), a equipe da Secult se destaca pelo profissionalismo e pela sensibilidade em toda e qualquer ação. Para mim, na gestão pública de cultura, Prudente tem três grandes patrimônios: os espaços, a programação e a equipe.

 

OI - Pode adiantar quais são os projetos para o próximo ano? O que pretende trazer de novidades para a cidade?

FÁBIO NOUGUEIRA - O ano será de algumas reformulações do que já existe e a consolidação das ações. Como é o último ano de governo, trabalharemos para que tudo esteja acontecendo de forma "redonda", que a Secult esteja devidamente estruturada para receber o novo governo em 2017.

 

OI - Fale sobre a Virada Cultural Paulista... Como foi? O que vem por ai em 2016?

FÁBIO NOUGUEIRA: Este ano choveu muito, e pela primeira vez, precisamos cancelar alguns shows. Para 2016, estaremos propondo uma nova formatação à Secretaria de Estado da Cultura, pois a fórmula está desgastada em algumas coisas, e existe certa insatisfação por parte dos gestores municipais das cidades parceiras. O que é obrigação da pasta tem caído muito nos últimos anos, e o diálogo entre os parceiros fica a desejar. Ao que me parece, deve até ter um documento oficial por parte de algumas cidades que recebem a Virada.

 

OI - O 6º Salão Livro de Prudente foi um sucesso em 2015...

FÁBIO NOUGUEIRA: Este ano ficamos um tanto apreensivos, pois não sabíamos se o IBC ficaria pronto a tempo. Mas ficou e o Salão, mais uma vez, foi um evento maravilhoso somando 107.760 mil acessos! Tivemos muita dificuldade no que se refere à vinda dos autores, seja devido suas agendas, ou à crise que o país atravessa, e que afeta muito a área cultural. O que aconteceu de mais importante "nos bastidores" é que, apesar do sucesso, está na hora de dar uma nova cara ao evento, uma nova formatação. E isso acontecerá em 2016. Nunca devemos temer em fazer mudanças, principalmente quando sentimos que determinada fórmula está se esgotando. Em um determinado dia, sentimos algo parecido a respeito do Fentepp, e fizemos as mudanças necessárias, o que garantiu a sua continuidade e também o seu sucesso.

 

OI - Quais asexpectativas para a próxima edição? O que o público pode esperar?

FÁBIO NOUGUEIRA - Na programação geral, serão poucas novidades. Ampliaremos algumas ações e mudaremos alguns formatos. Será um ano que exigirá muito mais criatividade de todos os envolvidos para driblar a crise econômica que o país deve atravessar, segundo as projeções feitas.

 

OI - Como foi a repercussão sobre o novo IBC Cento de Eventos?

FÁBIO NOUGUEIRA - Creio que a comunidade já "abraçou" o IBC como um patrimônio público maravilhoso. Internamente, apenas fizemos a manutenção, pois o galpão é um prédio histórico. Externamente, o local recebeu uma ampla área de alimentação, sanitários, estacionamento, uma praça, nova iluminação, jardins, plantio de cerca de 80 árvores e uma grande varanda para a circulação das pessoas.

 

OI - As janelas receberam uma homenagem especial. Imagens do fotógrafo Minoru Onoe. Por que a escolha deste profissional da arte visual?

FÁBIO NOUGUEIRA - Algumas janelas do IBC receberam paredes de tijolos externamente . Internamente elas continuaram à vista. Um dia, conversando com algumas pessoas, comentamos que o Minoru quase que diariamente fotografava o nascer do sol. Foi aí que lembrei que as janelas "encobertas" estavam no lado no galpão de onde se via o sol nascendo. Foi só juntar as duas coisas, convidar cerca de dez fotógrafos da cidade para escolherem as fotos ... E então as janelas voltaram a nos proporcionar "o sol nascente de Minoru Onoe".

 

OI – Confirmado quase às vésperas, o Fentepp foi realizado em agosto, atraindo grande público aos espaços...

FÁBIO NOUGUEIRA - Tivemos interessados de cerca de 20 Estados, com algo em torno de 300 inscrições para o festival deste ano. A curadoria do Fentepp seleciona espetáculos muito diferentes e isso torna difícil destacar algum. O festival já é um patrimônio cultural do Brasil, mas neste ano, a Secretaria de Estado da Cultura insistindo em não entender isso dificultou um pouco. Foi preciso que o governador Geraldo Alckmin determinasse na semana do evento que existisse a parceria - embora a SEC já tenha feito o comunicado que a mesma não existirá em 2016. Por outro lado, é preciso ressaltar a parceria do Sesc Thermas, que hoje é essencial para que o evento aconteça.

 

OI - Essa parceria com o Sesc tem dado muito certo. Fale sobre isso.

FÁBIO NOUGUEIRA - Sou suspeito para falar sobre o Sesc. Mas, vamos lá, para mim o Sesc/SP é a principal instituição brasileira no que se refere ao apoio e a promoção cultural. Ponto.

 

OI - Como têm sido os eventos realizados no Teatro Paulo Roberto Lisboa, do Matarazzo?

FÁBIO NOUGUEIRA - Em pouco mais de um ano de existência, o teatro já está no roteiro dos grandes espetáculos do País. Muitos atores conhecidos passaram por ele, com peças famosas neste ano, como Marcelo Serrado, Malvino Salvador, Antonio Fagundes, entre outros. Posso garantir que teremos grandes espetáculos em 2016.

 

OI - O Brasil vem enfrentando uma crise terrível em âmbito político, social, existencial. Qual a sua visão enquanto pessoa esclarecida, envolvida com a cultura, que enriquece o ser humano em todos os sentidos?

FÁBIO NOUGUEIRA - Eu adoro uma frase do Danilo Miranda, diretor do Sesc-SP: ‘a educação forma, a cultura transforma’.

 

OI - Que presente você gostaria de ganhar em 2015? Ou já ganhou?

FÁBIO NOUGUEIRA - Já ganhei e quero continuar ganhando sempre: o sorriso das minhas filhas Petra e Laura.

 

OI – Você é de onde? Como entrou na área cultura em Presidente Prudente?

FÁBIO NOUGUEIRA – Eu sou de Juazeiro do Norte (CE) e moro em Prudente desde 1977. Entrei para a Cultura convidado por Hilton Ferreira, em 1984, na gestão de Virgílio Tiezzi Júnior. Na época, não era Secretaria de Cultura e sim Coordenadoria de Cultura. Meu cargo era de produtor do Departamento Cultural onde fiquei até 1988. Em 1995, o professor Agripino de Oliveira Lima Filho, em seu primeiro mandato, me convidou a retornar, com a proposta da criação da Secretaria de Cultura. O que o fez de fato. Foi quando fui nomeado secretário municipal de Cultura durante suas três gestões, e também quando seu vice Carlos Roberto Biancardi assumiu. Seis meses para o término de seu mandato, saí e fui fazer a campanha do Tupã.

 

OI – Em 2012 você foi diagnosticado com um câncer. Como está agora?

FÁBIO NOUGUEIRA  No começo do ano, descobrimos um tumor maligno no intestino. Foram 12 sessões de quimioterapia, mais de 20 dias de internação, duas cirurgias e muita dor, muito sofrimento. Continuo com os acompanhamentos médicos, mas a boa notícia é que a periodicidade que era a cada quatro meses, agora será anual. Acredito que quando estamos doente, os momentos mais difíceis são aqueles quando nosso espírito se abate, e achamos que não conseguiremos superar. Que foi o que aconteceu comigo, mas ai eu pensava em minhas filhas e retomava as forças para lutar. Agora estou bem graças a Deus!

 

OI - Qual a sua definição da importância da família?

FÁBIO NOUGUEIRA - O motivo de querer viver.
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