“A felicidade não se encontra nos bens exteriores”
Aristóteles, filósofo grego (384-322 a.C.)
O “fique em casa” levou-nos a um estado de confusão em relação ao tempo. Antes esperávamos ansiosamente o final de semana e os feriados. Era uma alegria quando chegava a sexta-feira. Agora, com as antecipações dos feriados e o trabalho em casa, parece que o final de semana já nem tem mais o mesmo encanto. E os feriados a gente nem vê.
O tempo está passando tão depressa que, às vezes, me parece que vou direto da segunda-feira para sábado. Viver, em pandemia, mostrou-nos que precisamos ser flexíveis e resilientes. Estamos conscientes de que o futuro é incerto e que nossos planos podem morrer de uma hora para a outra. Então, o que importa é o presente. Temos que concentrar todas as nossas energias no foco principal: viver bem. E o conceito de viver bem é diferente para cada um, mas não se preocupe, o que importa é viver o que for melhor para você.
Cada um tem um desejo, uma expectativa diante da vida. Todos precisam ter um sonho e buscar sua realização. Mas não podemos deixar para comemorar as conquistas e realizações apenas no final. O final pode chegar de surpresa e nem teremos tempo para celebrar.
Outro dia você tinha 6 ou 7 anos e foi para a escola. Nem sabia direito por que estava aprendendo, mas teve que aprender. E para seu próprio bem, aprendeu. Em seguida, quase num piscar de olhos, tornou-se adulto e passou a aprender sobre uma infinidade de outros assuntos. Teve que escolher uma profissão e ralar muito para conquistar seu lugar.
Precisou de muita dedicação e esforço para tornar-se culto, ganhar dinheiro, orientar sua família e conquistar seu lugar na sociedade. E nessa busca frenética, leu tudo que apareceu na sua frente, fez muitas amizades, mudou seu estilo de vida e até se privou de estar com sua família em momentos importantes.
Uma pesquisa feita pouco antes da pandemia, conduzida pela revista americana Success, revelou que 62% dos leitores achavam que a melhor recompensa de uma vida de trabalho bem-sucedida é a liberdade, na forma de tempo. A grande maioria desejava ter mais tempo.
Com essa nova forma de viver que o recolhimento nos impôs, é possível ter mais tempo, desacelerar, mas mesmo assim a maioria das pessoas não consegue ser feliz. O que acontece?
Provavelmente olham apenas para o lado ruim e esquecem de agradecer as coisas boas que acontecem. Não planejaram a vida para aproveitar os momentos felizes. Programaram a felicidade para mais tarde. Deixaram as coisas irem acontecendo e não previram que tudo passaria tão rápido. Perderam as chances de celebrar as conquistas diárias, preocupadas em conseguir sempre mais.
A pandemia vai passar e talvez você volte à sua vida de correria, mas não perca sua autoridade de escolher como usar melhor o tempo. Preocupe-se mais com o presente. Sonhe, realize, ame, viva. Faça isso com tanta intensidade que não lhe sobre tempo para se arrepender do passado ou se preocupar com o futuro. O que importa de verdade é o presente.
Aproveite a vida! Não se reprima! Não deixe de sorrir! Agradeça! Se tiver vontade, grite, chore sua dor, viva seu luto, gargalhe, tome banho de chuva, ande descalço pela avenida, pule corda, use aquele chapéu ridículo, sente-se no banco da praça, chupe um pirulito, coma a casquinha do sorvete, solte pipa, enfim, faça qualquer coisa, mas não deixe de ser feliz. Aqui e agora!
