Quase que em uma metáfora da música “A casa”, de Vinícius de Moraes, quem passava há 21 anos pela Avenida Coronel José Soares Marcondes, 2.380, em Presidente Prudente, podia ver um pequeno imóvel, que até tinha teto, mas quase nada, a não ser o sonho de muita gente por trás de uma motivação: ajudar pessoas portadoras de câncer. Foi ali que se deu início a Fundação HRC (Hospital Regional do Câncer de Presidente Prudente), que hoje, duas décadas depois, comemora a evolução nos trabalhos com o recebimento do certificado Cebas (Certificação das Entidades Beneficentes de Assistência Social), publicado na edição de ontem do DOU (Diário Oficinal da União). O selo, além de reconhecer a unidade de saúde como entidade filantrópica, também deve promover uma economia anual de aproximadamente R$ 1 milhão.
Isso porque o reconhecimento permite que o hospital desfrute da isenção do pagamento das contribuições sociais incidentes sobre a remuneração paga ou creditada aos seus empregados e trabalhadores avulsos, o que vai gerar a economia, que em números, pode ser maior, conforme aumento nos recursos humanos do local. Em cerimônia realizada ontem, no auditório do HRC, o presidente da unidade de saúde, Antônio da Cunha Braga, deu a notícia aos funcionários e autoridades locais que têm feito parte da história.
Na ocasião, Antônio Braga não deixou de lembrar que esse também foi um passo importante para assegurar ainda mais a possibilidade de operar 100% dos serviços da entidade, a partir do dia 18 de outubro, com internações e operações. E entre as boas novas, ele também anunciou a chegada de um mamógrafo, para os próximos dias, que, aliado à obtenção do selo, permitirá o credenciamento com o SUS (Sistema Único de Saúde), referente ao SDM (Serviço de Referência para Diagnóstico em Mastologia). “Seria então o primeiro contrato remunerado com o órgão federal. Isso permite também, o quanto antes, o credenciamento inteiro do prédio, assim que iniciarmos 100% do atendimento”, felicita.
Hoje, o atendimento diário da unidade gira entorno de 350 pessoas. O número foi lembrado durante o evento, pelo membro do Conselho Consultivo da Santa Casa de Misericórdia, Francelino de Souza Magalhães, que falou do caminho percorrido até hoje pelo HRC, visto “como uma luta com várias batalhas”, mas que tem gerado bons frutos. O mesmo foi dito pelo ex-presidente da Fundação, José Hilário Pasquini, que também agradeceu a todos que “contribuíram direta ou indiretamente” para o hospital chegar ao nível em que está atualmente.
E por falar em voluntariado, presentes na ocasião, as duas mulheres que deram início ao que hoje é denominada Fundação HRC, Bernardete Bosso Querubim e Maria Auxiliadora Freitas Constantino, também falaram “do trabalho de formiguinha” iniciado em 1997, que possibilitou a realização de um sonho. “Quando eu passo em frente ao hospital e o vejo, eu penso que era realmente isso que eu queria e imaginava lá no começo. Foram muitos voluntários que contribuíram para isso”, destaca Bernardete.
Investimentos
Com a certificação, Braga ressalta também a oportunidade de receber outros tipos de transferências de recursos governamentais a título de subvenções sociais. É válido lembrar que, na última semana, a entidade recebeu R$ 3 milhões, de um contrato de R$ 6,8 milhões com o Governo do Estado, que serão utilizados para a construção e composição do Centro de Imagens e Diagnósticos, um passo a mais para a instrumentalização do hospital em 100%, viabilizando também a disponibilização integral de todos os serviços.
