Sem medidas preventivas e esforço coletivo, leishmaniose representa grande perigo 

EDITORIAL -

Data 17/08/2022
Horário 04:15

Com o total de 113 cães contaminados até agora, este ano, em Presidente Prudente, sendo 112 casos autóctones (que são residentes do município) e um importado, a leishmaniose visceral é uma doença grave, que atinge também os humanos e, se não for tratada, leva à morte em grande parte dos casos. Para os animais, a situação é ainda pior. Apesar de desde 2016 existir um novo medicamento (caro e de longo tratamento) regulamentado pelo Ministério da Saúde e com resultados bastante positivos, a cura é apenas parcial.
Considerada um sério problema de saúde pública no país, a doença tem como principais vítimas as crianças e os idosos. Apesar da transmissão não ocorrer entre pessoas ou animais, e sim pela picada do popular mosquito-palha - que se alimenta de sangue -, os cachorros são os principais reservatórios do problema. 
Em 2021, nos sete primeiros meses do ano, foram três registros importados e 189 autóctones. E o pior: não restam muitas alternativas aos cães. Muitos, que estavam em sofrimento físico ou porque o dono não conseguiu arcar com o tratamento, precisaram ser sacrificados. Mesmo assim, infelizmente, ainda falta conscientização por parte da população que, com medidas simples, poderia se tornar a principal arma na luta contra a leishmaniose.
No mês marcado pela campanha Agosto Verde, vale a pena destacar a importância do combate à doença. No caso dos cães, manter a caderneta de vacinação em dia, realizar os testes de sangue quando há alguma suspeita e usar coleiras apropriadas (com repelente) é essencial. Além disso, já que o mosquito-palha costuma se reproduzir em locais com muita matéria orgânica em decomposição, a população pode e deve fazer sua parte, evitando o descarte incorreto e acúmulo de lixo em casa, terrenos baldios e nos quintais.
Bem mais fácil do que ver seu cão sofrer ou até mesmo morrer é dar todo amor, cuidado e atenção que ele merece. Ao invés de correr o risco de ver seu filho ou alguém da sua família doente, alerte-o para os perigos da leishmaniose e como medidas simples, corriqueiras, mas fundamentais, podem ajudar a combatê-la. 
Inspecionar o quintal, eliminar o lixo, dar uma atenção especial aos recipientes que podem acumular água e deixar sempre a casa limpa devem fazer parte do dia a dia de cada um. Sem esta ajuda coletiva, eliminar o problema será ainda mais difícil.
 

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