Semana do Índio na Unesp chama atenção da garotada

Ação, iniciada anteontem, mostra até sexta-feira aos visitantes, um pouco da vida indígena e sua relação com o meio ambiente

VARIEDADES - Oslaine Silva

Data 13/05/2015
Horário 09:30
 

Escolas públicas e particulares de ensinos infantil, fundamental e médio de Presidente Prudente e região têm até sexta-feira para levar seus alunos para uma atividade interessante e importante. É que desde ontem, o Cemaarq (Centro de Museologia Antropologia e Arqueologia), da FCT/Unesp (Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Estadual Paulista) realiza a Semana do Índio, com o tema "Relação da cultura indígena com o meio ambiente". O evento, que é realizado em abril todos os anos, teve alteração da data, por conta do período de férias. Alunos demonstram interesse no tema.

No local, estão dispostos cartazes que expõem essa associação. Um deles diz que quando o índio mata um animal, ele aproveita tudo, desde a carne, pele, ossos, penas, etc. Do barro ou da pedra, ele faz artefatos, cerâmicas. Da árvore, usa o tronco, galhos, folhas, frutos e sementes...

"Nossa intenção é mostrar a eles como os índios veem e respeitam a natureza retirando dela apenas o necessário para sobreviverem, sem desperdícios. Diferente dos demais seres humanos, em sua maioria, que a destroem cada dia mais", expõe Nikele Milani, 26, assistente de suporte acadêmico do centro.

Jornal O Imparcial Para professora Edvania, atividade extracurricular acrescenta no conhecimento dos alunos

Uma das atividades realizadas por monitores da universidade é o teatro de fantoches, que narra a história do livro "Como a noite apareceu". Na obra, os índios falam que no começo do mundo, não havia noite, apenas o dia. Certa vez, Ainbere viu Uiara se banhando nos rios e por ela se apaixonou declarando que queria casar-se com a moça. Ela então lhe impôs a condição de que só casaria com ele se trouxesse a noite para o mundo, e, teria que buscar esta que era guardada por seu pai. Ainbere então ordenou três indiozinhos fossem atrás da noite...

"É uma história interessante, assim como o filme que também poderá ser exibido ‘Darini’ com rituais indígenas. Teremos também momentos de recreação com brincadeiras como pular corda, jogo da memória, pintura de rosto, caça-palavras", ressalta a assistente.

 

Chamando a atenção


Ontem ocorreram quatro visitas, duas pela manhã, com uma escola de Anhumas e o Colégio JP de Prudente e no período da tarde, 58 alunos do 6º ano do Colégio Criarte e 35 do 1º, 2º e 3º anos do ensino fundamental da Emefei João Batista Berbet, de Martinópolis.

As crianças ficaram encantadas com tudo que viram, principalmente, com a maquete de uma aldeia indígena que puderam montar. E com um moquém (tostador feito com base de galhos e folha de bananeira) utilizado pelos índios para assar carne. Uma mesa montada com alimentos típicos das refeições indígenas chamou a atenção da garotada: batata-doce, abóbora, mandioca, chuchu, coco, maracujá, mamão e o inhame e cará que nenhuma das alunas, Alice Gimenez Dutra, 10, Maite Renata Valério Caldeira, 10, e Kauê Cervellini Ramalho, 10, sabiam o que era.

"Eu nunca tinha visto isso . É diferente!", exclama Dutra. E Gabriel Campos, 11, complementa: "É tudo muito interessante. Toda a forma de vida dos índios de antigamente. Hoje as pessoas vivem em função da tecnologia, eles não tinham nada e eram felizes. As interferências na vida deles foram muito grandes", ressalta Campos.

Os professores, Rodrigo Luis Gonçalves, do Criarte, e a martinopolense Edvania Aparecida da Silva, 33, expõem que já trabalham a temática com os alunos em sala. E que esta atividade extracurricular acrescenta no conhecimento deles. "É bom conhecer de perto uma cultura diferente da deles que tem toda uma história que se relaciona conosco; a importância do museu, dos registros, entre outras", enfatiza Silva.

 

Sempre à disposição


Os alunos apreciaram ainda as exposições fixas do espaço como a de paleontologia e arqueologia pré-histórica composta de materiais indígenas (resultado de pesquisas da equipe do Cemaarq), réplicas de peças de cerâmica Marajoara (400/1400 dC), provenientes da região amazônica e vasos da cerâmica de Santarém, mais ou menos do mesmo período; peças confeccionadas por índios contemporâneos, que mostram tanto a riqueza do artesanato tradicional indígena como as consequências que eles vêm sofrendo com a influência da sociedade envolvente.

Todo material é parte do acervo do Cemaarq e do Ceimam (Centro de Estudos Indígenas Miguel A. Menendez) do Campus de Araraquara.

 

serviço

AOS INTERESSADOS
Agendamentos de visitas podem ser feitos com Adriana Yumi Nagae, Staepe (Seção Técnica de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Extensão), Unesp, campus de Presidente Prudente. O telefone para mais informações é o 3229-5327 / 5428 / 5840
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