Ser jovem é outro papo

OPINIÃO - Raul Borges Guimarães

Data 06/06/2021
Horário 04:10

 “Quem fica mais velho são eles, não eu!”, dizia o professor Maurício Mogilnik - um grande mestre que marcou a minha formação, quando se referia aos jovens que passaram pela escola. De fato, o trabalho do professor somente faz sentido quando dá vazão à força da vida em transformação impulsionada pelos jovens...
    Salve os Saddlemen! Depois chamados de Bill Halley and the Comets”, foram eles que incendiaram o rock-and-roll. A década de 1960 foi a hora de quatro filhos de operários - John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Star - que formaram a banda The Beatles, a mais popular de toda a história. No Brasil, na década de 1950, nascia a Bossa Nova. Ainda que não tenha sido propriamente uma música de protesto, a relação com a juventude era direta. Salve João Gilberto, Antônio Carlos Jobim, Vinicius de Moraes, Baden Powell, Nara Leão e Silvinha Telles! Saúdo também Caetano Veloso, Gilberto Gil e seus amigos do Tropicalismo! E os movimentos jovens de intensa rebeldia e contestação de 1968? Na França,  invadiram a Universidade em represália às mudanças curriculares propostas para a educação e a posição do governo francês diante de suas colônias na África e na Ásia. No Brasil, protestavam contra a ditadura, promovendo passeatas nos principais centros urbanos. 
    De lá para cá, a cultura jovem sofreu enormes transformações. As chamadas tribos urbanas elaboram sua própria linguagem e identidade por meio de tatuagens, cortes de cabelo, cores e adereços característicos nas roupas. As festas tornam-se o lugar do encontro e de formação de galeras territorialmente demarcadas. Salve o Mano Brown! Salve Chico Science! Salve o “Movimento não fechem a minha escola!” Não existe apenas uma juventude, mas várias juventudes.....Viva a diversidade de pautas dos jovens! Ser jovem é manter-se aberto a novas experiências, enfrentando e transgredindo padrões impostos de comportamento. Os jovens foram protagonistas de muitos movimentos políticos e artísticos. Envolveram-se no debate sobre a democracia, participaram da formulação de projetos políticos alternativos - como o anarquismo e o socialismo - e na expressão de inúmeros movimentos artísticos.      Pesquisas recentes apontam que os jovens representam o segmento social que mais reprova a ordem das coisas que está por aí.  O jovem que habita em mim saúda as “juventudes” e suas diferentes formas de ver, entender e se relacionar com a vida! 

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