A abertura do Shokonsai foi marcada pelas palavras de Carlos Nobuyuki Utimura, presidente da Aceam (Associação Cultural, Esportiva e Agrícola Nipo-Brasileira de Álvares Machado), que agradeceu a todos os envolvidos na organização e aos patrocinadores. Em seguida, o prefeito de Álvares Machado, Luiz Francisco Boigues (Chiquinho), expressou sua honra em participar do evento e reafirmou o compromisso da Prefeitura e da Câmara Municipal em manter viva a cultura japonesa no município. Durante sua fala, o prefeito entregou o Decreto 3.205, que confere ao cônsul do Japão, Daisuke Hattori, o título de hóspede oficial da cidade.
O cônsul Daisuke Hattori, em sua primeira visita a Álvares Machado, destacou a importância do Shokonsai como um momento de oração e lembrança aos pioneiros japoneses. Ele ressaltou que, em 2025, o Brasil celebra 117 anos da imigração japonesa e 130 anos do Tratado de Amizade entre Japão e Brasil, laços recentemente reforçados pela visita da princesa Kako. Hattori expressou a gratidão do governo japonês pela preservação do local e das tradições, mencionando o Parque das Cerejeiras como um símbolo de memória e esperança.
O deputado estadual, Mauro Bragato, parabenizou a organização do evento e a homenagem aos imigrantes, traçando um paralelo com a situação atual dos imigrantes no mundo. Ele enfatizou a beleza e a verdade da homenagem prestada em Álvares Machado.
Dr. Renato Ishikawa, representando o presidente do Bunkyo, Roberto Nishio, trouxe uma reflexão sobre a importância de envolver os jovens na preservação da cultura. Ele lamentou a pouca presença de jovens no evento e a necessidade de protagonismo para as novas gerações. Ishikawa também destacou os 70 anos do Bunkyo e seus três monumentos importantes: o Museu da Imigração Japonesa no Brasil, o Pavilhão Japonês e o Parque Bunkyo Kokushikan em São Roque, famoso pelo Sakura Matsuri. Ele enfatizou a palavra "gratidão" (Kansha) como um valor fundamental.
Yoshinori Yassuda, presidente da Liga da Alta Sorocabana, reforçou a necessidade de preservar a cultura japonesa e a gratidão aos antepassados, especialmente à família Ogasawara, que doou o terreno para o cemitério e a escola. Ele mencionou o investimento em jovens, citando a ida de 54 jovens da região ao FIB do Bunkyo, visando formar novas lideranças.
Toshio Koketsu, vice-presidente da Sorocabana, aprofundou a história da família Ogasawara, revelando que Naoya Ogasawara veio ao Brasil em 1917 para pesquisar e escolheu Álvares Machado. Sua delegação, a maior da imigração japonesa em 1918, enfrentou a tragédia da morte de Kichiji, pai de Naoya, por gripe espanhola três dias após a chegada. Naoya assumiu a liderança e doou cinco alqueires para o cemitério e a escola, um ato de grande generosidade e visão.
Dr. Atsushi Yoshi, fundador da construtora Yoshi em Londrina, neto do pioneiro Naoya Ogasawara, expressou sua admiração pela comunidade Nikkei de Álvares Machado por manter a tradição por 105 anos. Ele reiterou a importância da liderança e empreendedorismo de seu avô na colonização da região.
Luiz Takashi Katsutani, vice-presidente e coordenador do evento, destacou a importância da educação, lembrando que os antepassados priorizaram a construção de escolas. Ele mencionou a contribuição da comunidade Nikkei para o agronegócio brasileiro e o empreendedorismo de seus membros. Katsutani anunciou um novo desafio: a criação de um Museu da Colonização de Álvares Machado na última sala do complexo, convidando a comunidade a contribuir com itens que retratem o legado. Ele também celebrou a presença de jovens voluntários nas barracas de comida, demonstrando a continuidade da cultura.
Fotos: Sinomar Calmona
Inauguração do Parque das Cerejeiras “Naoe Ogassawara”
O prefeito de Álvares Machado, Luiz Francisco Boigues (Chiquinho), entregou o decreto que conferia ao cônsul do Japão, Daisuke Hattori, o título de hóspede oficial da cidade
Luiz Takashi Katsutani, presidente da comissão organizadora do Shokonsai, homenageou Atsushi Yoshi, neto do pioneiro Naoya Ogasawara