Síndrome do Pensamento Acelerado (SPA)

OPINIÃO - Ivete Abbade

Data 10/09/2020
Horário 04:47

Tenho observado nos últimos dias o comportamento das pessoas e os frequentes diagnósticos de ansiedade. Especialmente os jovens têm passado por esta dificuldade em lidar com situações inusitadas, perdas, decepções e falhas, diminuindo assim a capacidade de solucionar problemas.
Mas, por que será que estes jovens de hoje, que se dizem donos da informação, não conseguem lidar com as adversidades? E aí me deparei diante de minhas leituras, como a Síndrome do Pensamento Acelerado (SPA), frequentemente citada pelo autor Augusto Cury, que nada mais é do que o resultado do excesso de atividades e de estímulos sociais que somos submetidos diariamente. É produzida por um acúmulo na construção de pensamentos, em alta velocidade, que estressa e desgasta nosso cérebro. E todo esse processo impede o desenvolvimento das funções da inteligência. Como consequência, a pessoa apresenta dificuldades em gerenciar seus pensamentos.
A Síndrome do Pensamento Acelerado, identificada por Augusto Cury, faz com que o indivíduo ocupe sua mente durante todo o tempo em que está acordado, dificultando a concentração, aumentando a ansiedade e desgastando a saúde física e mental.
O que mais tem preocupado pais, psicólogos e especialistas é que muitos diagnósticos de hiperatividade, depressão e ansiedade podem ser confundidos com esta síndrome. A criança da atualidade é bombardeada por informações, praticamente desde que nasce. Frequentemente as mães ligam joguinhos no celular, tablete e notebooks para distraí-los na mais tenra idade. E na ida à escola, mais estímulos, muitas vezes deixando o lúdico de lado, as brincadeiras mais inocentes e construtivas. 
No entanto, entendo que é preciso ficar atento a sinais como estar sempre cansado, dificuldades de concentração e de atenção, irritabilidade, mudança de humor, intolerância a contrariedade e insatisfação constante. Alguns sintomas físicos podem aparecer, como dores de cabeça, dores musculares, queda de cabelo e dores de estômago.
Como pais e educadores, convido a refletirem sobre esta síndrome e buscarem ajuda de um profissional na área da psicologia, caso este problema esteja trazendo consequências mais sérias e nos policiarmos do que realmente é prioridade em nossa vida e na vida dos nossos filhos. Ocupá-los o tempo todo com cursos diferenciados, excesso de cobranças, não leva a nada. Uma simples atitude diminuindo o ritmo de suas atividades poderia ser um bom começo para driblar esta síndrome. 
Evitar longas jornadas de trabalho, proporcionar momentos de relaxamento e lazer, propiciar encontros presenciais com amigos e se ocupar do que é realmente importante em cada momento. Mas, para isso, é preciso estar bem com a gente mesmo e entender que somos limitados. Se percebermos que não conseguimos lidar com tudo isso, busquemos ajuda de um profissional. Que sejamos felizes por nós e por um mundo melhor!

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