Aulas da educação infantil de uma escola particular de Presidente Prudente foram temporiamente suspensas, nesta semana, para ações de desinfecção de salas e para bloquear a transmissão da SMPB (Síndrome Mão-Pé-Boca), doença viral comum entre crianças menores de 5 anos. A medida foi tomada depois que alunos tiveram diagnóstico confirmado para a doença, que é contagiosa e passada por contato direto com secreções ou superfícies contaminadas.
A Prefeitura de Presidente Prudente, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, informou à reportagem que tem ciência dos casos registrados na referida escola e já repassou todas as orientações necessárias sobre as medidas de prevenção e controle, as quais já estão sendo adotadas pela instituição de ensino.
De acordo com a secretaria, os principais sintomas da SMPB são febre, mal-estar, falta de apetite, dor de garganta e erupções cutâneas dolorosas, que se manifestam como pequenas bolhas. “Em caso de suspeita, os pais ou responsáveis devem procurar a unidade de saúde mais próxima para avaliação e orientação médica”, recomenda a Prefeitura.
O infectologista, André Pirajá, explica que a síndrome se trata de uma doença viral autolimitada, geralmente ocasionada pelo vírus Coxsackie, ou ainda por enterovírus. “Há um poliformismo de lesões absurdo e, o mais comum, é acometer a mão, o pé e a boca. Ou seja, provoca lesões, úlceras aftóides, que aparecem nas bocas, manchas avermelhadas nas mãos, principalmente nas palmas das mãos e dos pés, geralmente bem dolorosas”, detalha o médico, indicando que os ferimentos ainda podem aparecer em outras partes do corpo, como na região das nádegas, tronco, entre outras, de forma variável.
Tratamento e prevenção
A doença, conforme André, começa com um quadro viral inespecífico, prostração, mal-estar, febre geralmente baixa, que posteriormente evolui com as lesões de pele. “Os tratamentos são sintomáticos, ou seja, controle da febre e das lesões. É preciso ficar atento, pois as crianças, quando acometidas, podem ter dificuldades de ingestão de líquidos, de alimentos. Então, embora seja uma doença benigna, quando tem essa dificuldade alimentar, de líquido, a criança pode desidratar”, alerta o infectologista.
Sobre o tempo médico da síndrome, o médico esclarece que o período de pródomo, que é aquele quadro inicial, antes de aparecer a doença, dura entre três a cinco dias. “A doença, em si, onde aparecem as lesões, dura na média de cinco a sete dias. E aí vem a fase de recuperação. Importante mencionar que esta não é uma doença exclusivamente dessa faixa etária de crianças, já que que pode acometer adolescentes e adultos, justamente pelo contato que se dá”, ressalta.
“E o contato é pessoa a pessoa. Então, a melhor forma de prevenção é a lavagem das mãos, principalmente ao sair de banheiros, após ter contato com pessoas. É muito importante que a gente tenha essa prevenção”, conclui o infectologista.

Foto: Arquivo
Infectologista alerta que crianças acometidas podem ter dificuldades de ingestão de líquidos e alimentos