Tempo para renovar fé, esperança e caridade

Diocese Informa

COLUNA - Diocese Informa

Data 14/02/2021
Horário 05:40

Para a Quaresma deste ano, o papa Francisco escreveu mensagem o título “‘Vamos subir a Jerusalém...’ (Mt 20,18). Quaresma: tempo para renovar fé, esperança e caridade”. Destaque para a introdução do texto pontifício: “Jesus, ao anunciar aos discípulos a sua paixão, morte e ressurreição como cumprimento da vontade do Pai, desvenda-lhes o sentido profundo da sua missão e convida-os a associarem-se à mesma pela salvação do mundo. Ao percorrer o caminho quaresmal que nos conduz às celebrações pascais, recordamos Aquele que «Se rebaixou a Si mesmo, tornando-Se obediente até à morte e morte de cruz» (Flp 2,8). Neste tempo de conversão, renovamos a nossa fé, obtemos a «água viva» da esperança e recebemos com o coração aberto o amor de Deus que nos transforma em irmãos e irmãs em Cristo. Na noite de Páscoa, renovaremos as promessas do nosso Batismo, para renascer como mulheres e homens novos por obra e graça do Espírito Santo. Entretanto o itinerário da Quaresma, como aliás todo o caminho cristão, já está inteiramente sob a luz da Ressurreição que anima os sentimentos, atitudes e opções de quem deseja seguir a Cristo. O jejum, a oração e a esmola – tal como são apresentados por Jesus na sua pregação (cf. Mt 6,1-18) – são as condições para a nossa conversão e sua expressão. O caminho da pobreza e da privação (o jejum), a atenção e os gestos de amor pelo homem ferido (a esmola) e o diálogo filial com o Pai (a oração) permitem-nos encarnar uma fé sincera, uma esperança viva e uma caridade operosa.”

Rezar na vida quotidiana
Na quarta-feira, 10, na Audiência Geral realizada na Biblioteca do Palácio Apostólico no Vaticano, o Santo Padre prosseguiu a série de catequese sobre oração. Esta, a de número 24, versou sobre “rezar na vida quotidiana”. Um texto lindo, profundo e a um só tempo acessível. Eis o resumo: “A oração cristã, embora esteja ancorada na Liturgia, permeia todos os aspectos do nosso dia a dia. Trata-se de um diálogo contínuo com Deus que se assemelha ao comportamento de um enamorado que traz sempre em seu coração a pessoa amada. Por isso, não há realidade de nossa vida que não possa se converter em tema do nosso diálogo com Deus: cada alegria, cada tristeza, cada pensamento ou acontecimento. E, na oração, tudo é transformado pela graça de Deus, gerando em nós uma esperança inabalável. Por outro lado, a oração nos ajuda a amar os outros, não obstante os seus erros. Pois quando estamos na presença de Deus, nos lembramos que somos todos pecadores amados pelo Senhor e que a pessoa é mais importante que as suas ações. Enfim, na oração enxergamos ainda melhor as nossas fragilidades como também a nossa grandeza. Rezemos sempre, por tudo e por todos, pois a oração, quando feita segundo o Coração de Jesus, pode obter milagres”. Aos fiéis de língua portuguesa, Francisco saudou: “Queridos irmãos, a oração transforma o nosso olhar e nos ajuda a fazer-nos próximos de todos, mesmo daquelas pessoas que são diferentes de nós. Vele sobre o vosso caminho a Virgem Maria e vos ajude a ser sinal de um amor sem condições no meio dos vossos irmãos. Sobre vós e vossas famílias desça a Bênção de Deus.”

Liturgia
6º Domingo Comum
Leituras: 2 Reis 5,9-14; Salmo 31/32; 1 Coríntios 10,31-11,1; Marcos 1,40-45: Jesus e os marginalizados
I.- Antífona de entrada: Sede o rochedo que me abriga, a casa bem defendida que me salva. Sois minha fortaleza e minha rocha; para honra do vosso nome, vós me conduzis e alimentais. (Sl 30,3s)
II.-Comunidades abertas. Reunimo-nos para celebrar a eucaristia porque formamos comunidade. Entretanto, até que ponto somos de fato comunidade ao redor de Cristo? Muitos não vão à igreja por se sentirem excluídos, deixados de lado e julgados. Os pobres não podem trajar vestes reluzentes; os inseguros, por causa de suas deficiências sociais, ou mentais ou físicas. Por que nossas comunidades têm dificuldades a se abrirem o suficiente na integração dessas pessoas e para libertá-las de seus temores e solidão? Estaríamos dispostos a reintegrá-los na comunidade, como Jesus ensina neste domingo com a sua palavra e o seu exemplo? Quão feliz seria a nossa comunidade se pudéssemos aceitar-nos plenamente uns aos outros assim como somos: sem condenar, sem julgar, nem invejar, nem mal olhar, sem menosprezar a ninguém, sem querer fazer do outro a nossa imagem e semelhança. A liturgia nos dá um caminho: edifiquemo-nos uns aos outros à imagem e semelhança de Cristo e que a compaixão e a misericórdia do Senhor permaneçam em nossa comunidade de fé.
III.- Leituras: 1) Puros diante de Deus. No Antigo Testamento, as pessoas eram preocupadas com sua pureza exterior ao ponto de, por zelo, excluir da comunidade cultual pessoas cuja pele estava com sérias infecções. Cristo insiste mais na pureza interior. 2) Não ofender a ninguém. Paulo insiste que Cristo libertou todos das excessivas obrigações da Antiga Lei. Para os cristãos a caridade deveria prevalecer onde houver quem não compreenda o valor dessa libertação. 3) Jesus tocou e curou o leproso. Para Jesus, os leprosos –e os pecadores– não são marginais, mas pessoas a quem precisamos amar e a quem, por amor a Deus, temos que reintegrá-los à comunidade.
IV.- Citação: “As paixões da alma têm sua origem no interior dos seres humanos; as do corpo, no corpo. Assim, a temperança remove as paixões do corpo; a caridade, as da alma.” (Evágrio Pôntico)
V.- Oração: Ó Deus, que prometestes permanecer nos corações sinceros e retos, dai-nos, por vossa graça, viver de tal modo, que possais habitar em nós.
 

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