Unidos de Vila Alegrete de Martinópolis leva belezas e lutas do povo nordestino para avenida

Com o enredo “Oxente! Sou Vila Alegrete. Respeita, cabra”, agremiação vem este ano com 200 integrantes e 11 alas

REGIÃO - DA REDAÇÃO

Data 16/01/2024
Horário 07:12
Foto: Cedida
Ensaios da Escola de Samba Unidos de Vila Alegrete são realizados no Teatro Municipal, onde também é a sede da agremiação
Ensaios da Escola de Samba Unidos de Vila Alegrete são realizados no Teatro Municipal, onde também é a sede da agremiação

Os bonecos de Olinda, boi-bumbá e até o Galo da Madrugada têm invadido o Teatro Municipal de Martinópolis com os ensaios da Escola de Samba Unidos da Vila Alegrete, que vem sendo intensificados desde o mês de agosto de 2023. É a reta final de preparação para o carnaval. 

Este ano, a escola vai levar para a avenida o enredo "Oxente! Sou Vila Alegrete. Respeita, Cabra". Segundo o instrutor de bateria e também autor da letra do samba enredo, Sergio Alan, serão 200 componentes divididos em 11 alas. Os desfiles acontecem nos dias 10 e 11 de fevereiro na Avenida Coronel João Gomes Martins, às 21h, e no dia 13 na orla da Represa Laranja Doce, a partir das 17h.

Homenagem ao povo nordestino

A Escola de Samba Unidos de Vila Alegrete vai apresentar na avenida as belezas e as lutas do valente povo nordestino, trazendo o colorido e a alegria de suas festas, a fé e esperança no amanhã, mesmo com a batalha contra a fome e a seca. “Há uma grande comunidade de nordestinos espalhados por toda região. Essa é nossa forma de homenagear essa valorosa gente trabalhadora”, ressalta Sergio Alan.

Segundo ele, “a comissão de frente vem com o maior bloco de rua do mundo, o Galo da Madrugada, numa explosão de alegria nos passos do frevo do carnaval de Recife”. 
O carro abre-alas, de acordo com Sergio, traz os elementos que marcam o sofrido sertão nordestino, com jumentos, calangos, o gado perdido pela seca, o mandacaru que floresce dando esperança no coração.

O casal, Lampião e Maria Bonita, também vai ser representado, defendendo o pavilhão azul e branco da escola. A Bahia estará presente, marcada pela tradição da baiana do acarajé e também pela capoeira.

A escola também vai falar da pesca no Rio São Francisco, as tradições de herança europeia, vindas da folia de reis e do bumba-meu-boi. “O “hino” do nordeste, Asa Branca, do mestre Luiz Gonzaga, vai ser conduzido pelas crianças. “Nossa segunda alegoria traz a fé no ‘padim’, retratada na literatura de cordel e xilogravura. E a nossa bateria dá vida à arte de Mestre Vitalino e suas esculturas tradicionais. Também em grande festa, o São João de Campina Grande, no interior da Paraíba, na ala dos boêmios”, ressalta Sergio Alan.

Samba enredo da Escola de Samba Unidos de Vila Alegrete

"OXENTE! SOU VILA ALEGRETE, RESPEITA CABRA!

Hoje tem arrasta-pé
E o povo forte e de fé
Traz o sertão do Brasil
Pra avenida 
Eu quero ver o chão ferver 
Puxe o fole Luiz
Cante com a Vila

Chegou, a batucada arretada chegou 
Abrindo estrada pro catingueiro
Rasgando a noite
Vaqueiro valente
Segue tocando em frente 
Sob a luz do candeeiro 

De chapéu de couro e vestindo gibão
Azul e branco no pavilhão
Que passe a seca pra plantar
Esperança no coração 
Em cada colheita
Alegria e celebração 
Hoje tem chuva no meu sertão

Eu nunca vou deixar de acreditar 
Asa Branca me ensinou 
Que vale a pena
Viver por amor

Com fé no "padim", vou ajoelhar 
No Rio São Francisco eu vou navegar
A luz da minha terra é o luar
Que me põe a sonhar
Foi no chão rachado do quintal 
Que floresceu o sonho do meu carnaval

Foto: Cedida

Escola vai retratar as belezas e lutas do povo nordestino

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