VEM retira 2 caminhões com entulhos de calçada

Ação do órgão ocorreu na manhã de ontem, na Vila Formosa, onde morador de rua acumulava materiais, preocupando vizinhos

PRUDENTE - André Esteves

Data 13/05/2016
Horário 11:02
Na manhã de ontem, a VEM (Vigilância Epidemiológica Municipal) realizou mais uma ação para retirada de possíveis criadouros do mosquito Aedes aegypti, vetor de doenças como a dengue, zika vírus e febre chikungunya. Desta vez, o atendimento não ocorreu em uma "casa problema", mas na Rua Doutor Walter de Faria Motta, na altura do número 641, na Vila Formosa, onde um morador de rua estava acumulando entulhos em uma calçada da via. Foram retirados do local dois caminhões com o material.

A educadora de saúde da VEM, Elaine Bertacco, esteve no local para acompanhar o ato, que contou com a parceria do Caps (Centro de Atenção Psicossocial) e Creas POP (Centro de Referência Especializado em Assistência Social para Pessoas em Situação de Rua). Segundo ela, a ação vai além da atuação da Vigilância Epidemiológica, pois envolve uma pessoa em situação de vulnerabilidade. "A VEM está aqui para retirar o acúmulo de recipientes que podem servir como criadouros para o mosquito, no entanto, cabe aos órgãos responsáveis lidar com o deslocamento do morador de rua, que vive no bairro há 15 anos", esclarece.

Jornal O Imparcial Equipe da VEM retirou o material da área em 2 caminhões

Ainda de acordo com a educadora de saúde, a ação é necessária, pois a ocorrência fez com que muitos vizinhos criassem resistência ao trabalho da VEM. "Às vezes, precisamos entrar em alguma casa para fazer as ações de combate e não somos autorizados, pois alegam que deveríamos começar o trabalho pela rua antes de entrar em um quintal", expõe. Elaine assinala que é importante a vizinhança tratar bem o morador de rua, porém, é preciso ter cautela com as medidas de acolhimento. "Nos relataram que as mesmas pessoas que denunciam a situação são as que acolhem o morador. Ao se sentir bem-vindo, ele vai se acomodar aqui e continuar trazendo os entulhos para a calçada", alerta.

Uma residente do bairro que não quis ser identificada contou para a reportagem que o morador de rua não dá uso aos seus pertences e os acumula há cerca de seis meses. Como a situação piora a cada dia, decidiu reclamar na Prudenco (Companhia Prudentina de Desenvolvimento). "Fiz a reclamação por causa do lixo que fica de frente para a minha casa, mas ele não me incomoda nem atrapalha ninguém. Meu único medo é o aparecimento do mosquito da dengue ou, então, ratos", afirma.

Profissionais do Caps e Creas POP estiveram presentes no local para fazer a abordagem correta com o morador de rua, que, como apontou a residente do bairro, "era muito apegado aos seus pertences e não deixava ninguém colocar a mão". No entanto, ele fugiu. As assistentes sociais disseram que já tinham conhecimento sobre o caso do cidadão e estão fazendo o devido acompanhamento.
Publicidade

Veja também