A atual era da informação, onde os processos mudam velozmente e novos recursos surgem para transformar o modo de fazer as coisas, trazem à tona a reflexão sobre os novos caminhos a serem percorridos no processo da educação. Trata-se de um desafio aos líderes de equipes de professores, os quais precisam de profissionais competentes, engajados e colaborativos e, aos professores, que necessitam ir além de ensinar, mas também educar em prol da união, empatia e o respeito ao próximo.
Comprovadamente, os grandes saltos no desenvolvimento humano ocorreram diante de revoluções na história da humanidade - revolução das artes, a revoluções da ciência, da indústria e da tecnologia – ou seja, estamos diante de urgente intensificação da revolução da consciência humana. A tecnologia nos dá muito mais informações e em curto espaço de tempo, mas não nos torna indivíduos mais humanos, no sentido de sentir-se integrado e solidário ao outro.
Humanizar a educação supõe contemplar, de múltiplas maneiras, tudo o que compõe o complexo, incompleto e contraditório do ser humano, significa educar o nosso olhar para a diversidade. Entretanto, para sermos humanos, não basta nascermos com a mesma fisiologia do homo sapiens, necessita também nos desenvolver na maneira de viver, na direção do bem e do bem-estar aos professores e, consequentemente, aos alunos, conduzindo-os, como diz Cortella (2014), a um "Eu maior", que ultrapassa o individualismo e enxerga o mundo ao redor como uma extensão de si mesmo.
Não cabe mais a transmissão de metas aos profissionais e de conteúdos a estudantes enfileirados, debruçados sobre suas mesas. O desafio atual é a conquista de tudo aquilo que a tecnologia não consegue - dar sentido ao conhecimento, gerar emoção, ser exemplo de profissional comprometido, criar engajamento - ou seja, a pessoa que ele é conta tanto quanto os conhecimentos que ele tem.
Os profissionais, sejam os da linha de frente ou os da sala de aula, além de serem provocadores e de instigarem a curiosidade e capacidade crítica dos envolvidos, precisam estar conscientes do quanto são influenciadores, comprometer-se com este papel, procurando ser uma pessoa e um profissional melhor, a cada dia. O processo educacional não ocorre apenas no nível do saber, mas, como defende Delors, ocorre também com base nos pilares do fazer, conviver e ser, então, existe um fio invisível que se forma na medida que existe uma boa comunicação, respeito e aceitação das diferenças, satisfação pelo encontro e confiança no vir a ser de si e do/no outro, na construção de um ambiente educacional partilhado de experiências e narrativas, por alunos(as) e professores e, como diria Paulo Freire, fomenta o crescimento intelectual de docentes e discentes.
É preciso lançar esforços para uma revolução humana da educação, para um processo mais participativo, mais colaborativo e menos competitivo – um paradigma de desenvolvimento profissional que, em tempos de Covid-19, mostrou-se totalmente ineficiente.