Além da segurança, outra queixa dos moradores do Residencial Funada, em Presidente Prudente, gira em torno da conservação dos terrenos baldios – ou melhor dizendo, a falta dela. Na manhã da última segunda-feira, pouco antes de ser abordado pela reportagem, o aposentado Wilson José Rodrigues, 56 anos, tinha coletado em uma caixa dezenas de caramujos encontrados em um lote vazio da Rua Domingos Tizziani, o qual é alvo da ausência de manutenção por parte do seu proprietário.
Wilson e o motorista Antonio Caldeira, 73 anos, relatam que, diante da inércia dos donos, eles se mobilizam para deixar os terrenos limpos e livres das pragas urbanas, principalmente os caramujos, que se proliferam rapidamente. “Se os outros não fazem a sua parte, a gente acaba fazendo por eles, porque a preocupação com o aparecimento de doenças em decorrência do problema é grande”, avalia Antonio. Como solução, os vizinhos pedem que equipes da Prefeitura façam uma visita ao bairro e notifiquem os proprietários de terrenos em más condições de conservação.
Procurada, a municipalidade informou que a Seplan (Secretaria Municipal de Planejamento, Desenvolvimento Urbano e Habitação) é a pasta responsável pela fiscalização de terrenos abandonados com mato alto. Sendo assim, os munícipes podem contribuir com o trabalho desenvolvido pela secretaria denunciando lotes em condições irregulares por meio do telefone 156. Com relação à presença de caramujos, completa que a situação é acompanhada pelo CCZ (Centro de Controle de Zoonoses), órgão ligado à Sesau (Secretaria Municipal de Saúde). Desta forma, caso os moradores identifiquem o problema, devem entrar em contato pelo telefone 3905-4220 ou 3905-2156 e acionar a equipe, que vai até o local orientar o proprietário sobre como fazer a limpeza do terreno.
Conforme o diretor do CCZ, médico veterinário Célio Nereu Soares, “os casos são esporádicos e ocorrem, geralmente, em períodos de grande incidência de chuva e em pontos isolados”, isto é, espaços sem limpeza. Por outro lado, se o terreno em questão esteja abandonado, o CCZ notificará o proprietário e, após o prazo preconizado, voltará ao local para verificar se foi feita a limpeza. Caso contrário, o dono será autuado em 60 UFMs (Unidades Fiscais do Município), que equivalem a R$ 207,75.
Análise de demanda
Quanto ao transporte coletivo, a confeiteira Marlene Marques Soares, 58 anos, aponta que as vias do bairro não fazem parte do itinerário dos ônibus. Desta forma, quem depende do serviço precisa se dirigir até a Avenida Presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira para entrar em alguma das linhas que atendem aos jardins Mediterrâneo e Santa Paula. “Já vieram fazer uma pesquisa de demanda, mas julgaram que não é necessário, porque grande parte das pessoas que vive aqui tem transporte individual”, comenta.
O gerente de operações das companhias de ônibus de Prudente – TCPP e Pruden Express –, José Ricardo Góis, destaca que estão à disposição dos moradores as linhas Itapura x Mediterrâneo; Jequitibás x Cambuci; e Santa Paula x Cambuci, que transitam pelo Jardim Mediterrâneo. Questionado sobre a possibilidade do Residencial Funada ser contemplado pelo serviço, o representante expõe que, por se tratar de um bairro novo, compete à Semav (Secretaria Municipal de Assuntos Viários e Cooperação em Segurança Pública) a elaboração das análises de demanda e definição de novos itinerários.
A pasta, por sua vez, denota que pedidos desse tipo devem ser protocolados na própria secretaria, a fim de que a equipe de Engenharia de Transportes proceda a uma nova avaliação no bairro. “Cabe ressaltar que, a poucos metros do bairro, na Avenida Juscelino Kubitschek de Oliveira, circulam diversas linhas de ônibus que levam para diferentes pontos da cidade”, pontua.
