Competição de Paradesporto revela lição de vida, motivação e amor

EDITORIAL -

Data 31/08/2019
Horário 00:03

É muita emoção envolvida em cada modalidade disputada em uma competição de paradesporto. Quem está acompanhando os Jogos Parapan-Americanos, em Lima, no Peru, vai concordar. O Brasil vem se destacando a cada dia. Liderando desde o início no quadro de medalhas, o país está à frente e com folga dos Estados Unidos. Até o fechamento de anteontem estava com 88 medalhas de ouro, 73 de prata e 61 de bronze. Enquanto os Estados Unidos, na segunda colocação, somava 50 ouros, 48 pratas e 50 bronzes.

Dessas medalhas de ouro, duas têm destino certo, Presidente Prudente. A atleta acreana/prudentina, pertencente que se classifica na categoria T11 (deficiência visual total), Jerusa Geber dos Santos, garantiu a primeira logo na estreia, correndo os 200 m (metros) rasos ao lado de seu guia, Gabriel Aparecido dos Santos Garcia.

E depois, além de bater novo RP (Recorde Parapan) com o tempo de 12.24, na semifinal dos 100 m foi lá e conquistou mais um ouro. Tem ideia do que é não enxergar nada e não culpar ninguém por isso, ir à luta, treinar forte, enfrentar obstáculos, não ser valorizada como merece e ir lá e dar o seu melhor sendo um orgulho “mundial”?

Pois é, e existem pessoas que reclamam de tudo.

No domingo, a cidade de Presidente Prudente terá mais um paratleta representando-a em solo peruano. É Rogério Júnior Xavier de Oliveira, de apenas 18 anos. Atleta SL4 (membros inferiores) do parabadminton do Sesi-SP (Serviço Social da Indústria), que disputará a final após ter vencido três jogos seguidos.

Estes são dois exemplos de casa. Do nosso quintal. Mas, pensemos no geral, na força, na garra, luta, dores e glórias, preconceito e reconhecimento. Quem assistiu a prova do paraibano Ariosvaldo Fernandes, carinhosamente conhecido como Parré, no dia 26, chorou junto com ela no momento em que o Hino Nacional era executado e a medalha de ouro era colocada em seu peito. Ele parecia um raio em sua cadeira de rodas nos 400 m F53 (para cadeirantes).

Parré não deu chances aos adversários finalizando a prova com o tempo de 54s60, à frente do americano Phillip Croft (55s52), e do mexicano José Pulido, com 55s86.

Deficiente é quem não respeita, não valoriza, não apoia estes atletas, que ao invés de ficarem lamentando, “correm” rumo à felicidade plena do ser humano.

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