Moradores da Vila Iti pedem reforço da segurança às margens de trilhos

Eles reclamam da presença de usuários de entorpecentes e pessoas em situação de rua que transitam pelo bairro

- ANDRÉ ESTEVES

Data 28/10/2018
Horário 05:39
José Reis - Moradores da Vila Iti temem atravessar a linha férrea e sofrer assalto
José Reis - Moradores da Vila Iti temem atravessar a linha férrea e sofrer assalto

Diante da proximidade com a linha férrea, moradores da Vila Iti, em Presidente Prudente, solicitam a intensificação do serviço de policiamento. Isso porque, segundo eles, há usuários de entorpecentes e pessoas em situação de rua que transitam pelo bairro, o que desperta a sensação de insegurança nos munícipes. Além disso, pedem que o patrulhamento seja mais constante no entorno dos trilhos, considerando que muitos cidadãos deixam de passar pelo local durante a noite com o receio de serem assaltados. Para tornar o ambiente mais seguro, também requerem ações de manutenção mais frequentes.

O aposentado Vitório Cales, 62 anos, é um dos que temem atravessar a linha depois das 18h. Em sua opinião, se permanecesse sempre roçado, o trecho não serviria como esconderijo para pessoas mal intencionadas. No entanto, aponta que o problema não está restrito aos trilhos e se estende para todas as imediações, já que há indivíduos que andam pelas ruas da vila em atitudes suspeitas. Para Vitório, a ferrovia de Prudente é um problema antigo e, depois de tantos anos sem a tomada de providências efetivas, não apresenta perspectiva de solução. “A linha não vai sair dali, então, pedimos que pelo menos a mantenham limpa e conservada”, reivindica.

O aposentado Elsias de Araújo Lima, 79 anos, também evita de chegar perto da área no período noturno por temer abordagens que o coloquem em risco. Por esta razão, é a favor do fortalecimento da ronda policial. Ademais, o morador apoia a retirada dos trilhos, embora não acredite que isso ocorra tão cedo. “Os prefeitos sempre falaram em removê-los, mas nenhum de fato conseguiu. É um processo muito burocrático”, analisa. O aposentado Antonio Marques da Silva, 78 anos, denota que, enquanto isso, a situação de abandono da malha ferroviária prejudica todos os bairros cortados por ela. “É um problema geral. Se a polícia estivesse mais presente, seria um grande ganho para a comunidade”, observa.

Indicadores estáveis

O 18ª BPM/I (Batalhão de Polícia Militar do Interior) destaca que os indicadores criminais desta região da cidade se mostram “estáveis”, sendo que, especificamente na Vila Iti, não há registro de roubos ou homicídios nos últimos 60 dias, com exceção de um furto a transeunte em 23 de setembro. Conforme o batalhão, considerando que está localizado perto da linha férrea pela Rua Mendes de Moraes, onde há grande fluxo de pessoas e veículos, o bairro recebe policiamento ostensivo, reforçado de acordo com as necessidades.

Além do patrulhamento ordinário, conta com a presença das equipes de Força Tática, Rocam (Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas) e principalmente Cavalaria, a qual, devido às características do terreno, atua às margens dos trilhos, com a finalidade de aumentar a visibilidade e efetividade do combate direto à criminalidade.

Divisão de responsabilidade

Em nota, a Rumo/ALL (América Latina Logística) esclarece que os serviços de roçada no perímetro urbano do município são de responsabilidade da Prefeitura. O termo, assinado no dia 13 de fevereiro de 2017, faz parte de uma parceria entre a concessionária e a administração municipal, que requisitou o uso da faixa de domínio para a construção de ciclovia. A empresa ainda informa que suas operações não geram resíduos domésticos e não é responsável pela sua gestão. “Por não ter poder de polícia, também não tem condições de solucionar problemas envolvendo usuários de drogas e marginais”, acrescenta.

Em contrapartida, a Sosp (Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos) comunica que realiza a limpeza do local periodicamente. Entretanto, salienta que não pode retirar os trilhos por pertencer a uma empresa particular. Por sua vez, a Rumo reitera que a faixa não pode ser removida, pois se trata de um bem operacional da União.

ESTRUTURA DO BAIRRO

Data de implantação: 02/01/1951

Área de loteamento: 38.437,43 m²

Área do sistema viário: 6.519,70 m²

Quadras: 16

Construções: 193

Terrenos baldios: 2

População estimada: Cerca de 965 pessoas

Fonte: Secom

SERVIÇO

A população pode promover suas reclamações, críticas e elogios sobre o bairro em que reside. O contato deve ser feito com os profissionais da Pauta, por meio do pauta@imparcial.com.br, do telefone 2104-3732 ou do WhatsApp 99104-8537.

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