"Angústia de Amar"

DignaIdade

COLUNA - DignaIdade

Data 07/03/2023
Horário 06:07

Muitas novelas dos anos 60 não têm mais registros a não ser fotográficos, uma delas é “Angústia de Amar”, levada ao ar pela TV Tupi em 1967, de autoria de Dora Cavalcanti. Na Inglaterra do início do século XX, Jane (Aracy Balabanian) é uma moça desprovida de beleza, introspectiva e cheia de mágoas e frustrações. Sua irmã Patrícia (Eva Wilma) é o inverso: bela, ambiciosa, noiva do nobre Roger (Cecil Tihré) um Don Juan incorrigível que se dedica à pintura. Ao ouvir Jane cantando a música “O Rosário” durante uma festa, ele se apaixona por sua voz, mas Jane foge, sem acreditar no seu amor. Paralelamente, a ardilosa Patrícia bola um plano para afastar de vez o seu noivo da irmã. A novela foi a estreia de Cecil Tihré e Beatriz Segall nas novelas, e contava com grande elenco de apoio: Annamaria Dias, Juca de Oliveira e Marisa Sanches dentre outros. A chamada da novela dizia: Até que ponto uma mulher feia pode ser amada? A história de uma mulher que fugiu do amor por medo de perdê-lo. Aracy à época desabafou: “Justo agora que fiz uma plástica, me chamam para interpretar uma moça feia”.  

Coluna do Idoso
    
“Ah, se eu pudesse!”

Todo mundo tem seus momentos e dias de saudades e voltas mentais ao passado. Além de doces nostalgias, há também a lembrança de passagens tristes, decisões erradas, retraimentos diante de situações. E lá soltamos um grito interior: Ah, se eu pudesse voltar ao passado. Se eu pudesse viver tudo aquilo de novo, evitar ter passado por situações constrangedoras, ter tomado outras decisões ou aproveitado mais aqueles momentos. Uma canção do popularíssimo Amado Batista diz nos seus versos: Ah, se pudesse fazer, voltar os tempos de outrora, pra cantar e divertir, e não sofrer como agora. Às vezes dizemos da boca pra fora: não me arrependo de nada das minhas escolhas, viveria tudo de novo do mesmo jeito (sorte de quem teve essa vida tão perfeita, mas não é tão comum assim). Ah, se eu pudesse voltar e ter escolhido outros caminhos, ou aproveitado mais situações que ficaram frustradas por medos bobos, preconceitos tolos, imposições alheias. Ah, se eu pudesse ter dito alguns sim (s) que eu não disse, e muitos não para uns sim (s) sem vontade. Ter ido para o plano C, ao invés de ter ficado entre duas escolhas. Ah, se eu pudesse refazer tanta coisa! E assim seguimos em frente conformados, num semiconforto de costume, numa sensação de que agora é tarde demais. Com certeza é tarde demais para os “ah se eu pudesse” do passado. No entanto, não é possível mudar alguma coisa no hoje, para ter o amanhã diferente? E não precisam ser mudanças radicais, recálculos de rota de 180 graus, mas pequenas permissões tão amplamente sonegadas, deixadas em terceiro plano. Desta forma, vamos acumulando diversos “ah, se eu pudesse”: os dos 15 anos, dos 20, 30, 40, 50... Sempre é hora de dizer sim para si mesmo. Hora de deixar para trás os “ah se eu pudesse”, para os “Ah, eu ainda posso!”.

Dica da Semana

Televisão

Elenco maduro de “Vai na Fé”:
A nova novela das 19h de Rosane Svartman tem poucos atores maduros em seu elenco, dentre eles Zé Carlos Machado (Fábio), Elisa Lucinda (Marlene), Cláudia Ohana (Dora), e a presença ilustre de Renata Sorrah como Wilma, uma ex-atriz no ostracismo que vive de lembranças de seus dias de glória. 
 

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