"Curva do destino"

DignaIdade

COLUNA - DignaIdade

Data 06/06/2023
Horário 06:00

“Curva do Destino” (Detour) é uma pequena pérola cinematográfica de Hollywood da década de 40, dirigida por Edgar G. Ulmer, uma produção da Columbia de baixo orçamento e de resultados surpreendentes, de 1945: um dos melhores filmes policiais noir de todos os tempos. Na trama, um músico de jazz (Tom Neal) viaja de costa a costa dos Estados Unidos para se encontrar com a namorada de carona. Em uma de suas caronas, o motorista morre, e ele decide assumir a identidade do morto, algo que lhe trará graves consequências. Principalmente ao se envolver com a bela e vulgar Vera (Ann Savage), uma mulher se limites. Ann Savage traz um dos mais cultuados retratos das femme fatales do cinema. Produção cultuada por diversos diretores de outras gerações como Peter Bogdanovich e Wim Wenders. 
    
“As curvas da vida”

Confessem. Todo mundo, em algum momento da vida, já se pegou pensando: e se eu tivesse feito diferente! E se eu tivesse dito sim ao invés daquele não, ou um sim corajoso diante de tantos nãos covardes já verbalizados. E se tivesse escolhido aquele outro emprego, aquele outro companheiro (a), e se tivesse tido mais filhos, e se tivesse tido oportunidade de escolher outra profissão. Um turbilhão de possibilidades povoam nossas imaginações num efeito borboleta de causas e consequências, se aquele passo tivesse sido diferente. E geralmente tais pensamentos nos vêm à cabeça, quando algo não deu certo ou nos causou desconforto ou arrependimento. Se pudéssemos voltar na estrada do tempo da vida e pegar aquele outro caminho, refazer a história, seríamos mais felizes? Tirando a imagem da máquina do Tempo de Júlio Verne da ideia, e voltando para o plano da realidade: não é possível! Portanto, repensar sobre estratégias anteriores é perda de tempo ou prolongamento de sofrimento. No entanto, essas curvas que a vida dá, só poderiam ser dadas no passado? Ainda é possível fazer uma nova curva a partir de agora? É arriscado, causa medo (beirando o pavor), ou simplesmente achamos que não temos mais tanto tempo hábil para isso. Melhor se resignar e cozinhar a vida em banho-maria ou se arriscar a novos, inéditos e belos tombos? E se não forem tombos? Tem gente que chama de zona de conforto, outros de pura inércia: afinal, mudar causa dor. A mesmice é fonte de marasmo e tédio e ao mesmo tempo da mais profunda paz e tranquilidade. Há paz no tédio? É a grande pergunta que devemos fazer para nós mesmos. Tem horas que a vida nos propõe encruzilhadas e escolhas de planos. Não há felicidade plena no plano A ou no plano B, se continuarmos sofrendo com a curva que não fizemos. Ir para o plano B lamentando sair do plano A é tão doloroso como permanecer ferrenhamente no mesmo plano A sem coragem de ir para o lado B. A vida está aí pronta para ser dirigida. 

Dica da Semana

Livros

“Rita Lee – outra autobiografia”:
Rita Lee já havia publicado em 2016 o livro “Rita” – uma autobiografia relatando detalhes de sua carreira, da vida musical, dos filhos e família, encerrando o que ela chamava de persona Rita Lee. No entanto, após outros acontecimentos, decidiu atualizar sua autobiografia com esse novo lançamento que contava o seu enfrentamento diante do câncer de pulmão e encontros místicos. Globolivros. 

 

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