"É Fogo na Roupa"

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COLUNA - DignaIdade

Data 01/07/2025
Horário 08:00

As chanchadas musicais dos estúdios Atlântida fizeram muito sucesso popular na década de 1950 e deram oportunidade para os ouvintes do rádio verem as imagens de seus cantores preferidos, pois os enredos eram recheados de participações musicais. “É Fogo na Roupa” foi uma comédia musical dirigida por Watson Macedo em 1952, que revelou o comediante Ankito em uma trama também estrelada por Violeta Ferraz como Madame Pau Pereira que realiza uma convenção nacional de mulheres casadas em um hotel em Petrópolis, com o objetivo de instituir a pena de morte para os maridos infiéis. Em meio aos quiproquós, romances, um roubo de um colar de diamantes e diversos números musicais estrelados por Adelaide Chiozzo (na foto), Linda Batista, Dircinha Batista, Elizeth Cardoso, Emilinha Borba e Virginia Lane no famoso Hotel Quitandinha funcionando como palco de espetáculos. 
    
Rainhas do Rádio

O rádio surgiu no Brasil em 1922 com a primeira transmissão oficial realizada em 7 de setembro pelo então presidente Epitácio Pessoa para as comemorações do Centenário da Independência. A primeira emissora brasileira, chamada de Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, foi fundada no ano seguinte por Roquette Pinto, considerado o pai do rádio no Brasil. Rapidamente o veículo se expandiu e se popularizou, se tornando a principal fonte de informações e entretenimento do país, acessível a todos, uma vez que ir ao cinema custava mais caro. Os primeiros astros e estrelas do país surgiram no rádio, particularmente nas décadas de 1930 e 40, onde os fãs se apaixonavam por suas vozes, sem muitas vezes sequer imaginar como era a fisionomia dos artistas. Atores e Atrizes de rádio se popularizaram com as radionovelas e os cantores lançavam suas canções e marchinhas de carnaval através do rádio. O Concurso Rainhas do Rádio se popularizou imensamente nesta chamada Era de Ouro do Rádio, visando eleger a cantora mais popular e carismática, bem como impulsionar a venda da Revista do Rádio, que emitiam os cupons para a votação. O objetivo social primário era a construção de um hospital dos radialistas. Linda Batista foi a primeira a ganhar o concurso e liderou o mesmo por muitos anos de 1937 a 1946, sendo finalmente vencida pela própria irmã Dircinha Batista. O ano seguinte ficou célebre pela disputadíssima rivalidade entre os ícones Emilinha Borba e Marlene, tendo vencido a segunda nos anos de 1949 e 1950. As vencedoras seguintes foram Dalva de Oliveira (51), Mary Gonçalves (52), Emilinha Borba (53), Ângela Maria (54), Vera Lúcia (55), Dóris Monteiro (56 e 57) e Julie Joy (58). Organizado pela Associação Brasileira de Rádio, o concurso Rainhas do Rádio deixou um legado duradouro na história da música popular brasileira, ajudando a impulsionar o talento feminino da época, mas foi perdendo prestígio e popularidade com o surgimento da televisão. Os compositores Braguinha e Lamartine Babo marcaram época e o concurso com a canção “Cantores do Rádio”, gravada por Carmen Miranda: “Nós somos as cantoras do rádio. Levamos a vida a cantar”. 

Dica da Semana

Filmes / Streaming 

“Homem com H”: 
Cinebiografia do artista Ney Matogrosso brilhantemente interpretada por Jesuíta Barbosa e dirigida por Esmir Filho. Num elenco que conta com Rômulo Braga, Lara Tremouroux e Bruno Montaleone, a vida do garoto Ney desde a vigilância agressiva do pai militar, até a explosão musical dos Secos e Molhados e finalmente sua carreira solo de indiscutível sucesso. Grande Filme. Netflix. 


 

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