Polícia Civil investiga grupo acusado por aplicar golpe financeiro na região 

Alvos dos investigados eram pessoas que precisavam de dinheiro emprestado; estima-se prejuízo de R$ 50 mil 

REGIÃO - ROBERTO KAWASAKI

Data 26/08/2021
Horário 11:45
Foto: Polícia Civil
Ao todo, seis pessoas foram indiciadas por suposta participação 
Ao todo, seis pessoas foram indiciadas por suposta participação 

A Delegacia de Polícia Civil de Ribeirão dos Índios investiga um grupo acusado de obter vantagem indevida de moradores da região que precisavam de dinheiro emprestado. Os suspeitos foram alvos da Operação Virtue, deflagrada hoje na Grande São Paulo.

Ao todo foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão, na ação que contou com policiais civis da região de Presidente Prudente e Ribeirão Pires. De acordo com o delegado Everson Aparecido Contelli, o objetivo é buscar pistas para desestruturar o grupo criminoso que atua através de aplicativos, engenharia social e conversas por aplicativo de celular.

“A maioria das vítimas necessita do empréstimo para alguma emergência e em vez de obter o suporte financeiro acabam pagando para liberação de burocracias criadas pelos criminosos, que fingem preparar documentos e pesquisas para liberação do financiamento”, afirma a Polícia Civil. 

A investigação começou após uma vítima de Ribeirão dos Índios cair no golpe. Conforme a polícia, ela necessitava de financiamento e aderiu à propaganda divulgada em redes sociais. O prejuízo causado a ela foi de R$ 2.271,80. No entanto, a Polícia Civil estima que em toda a região o montante chegue a R$ 50 mil. Outra vítima do grupo é de Rosana. 

As cautelares de busca e apreensão resultaram na apreensão de equipamentos eletrônicos utilizados nas fraudes, documentos que revelam a movimentação financeira. Além do grupo, os correntistas que receberam o dinheiro ilícito serão indiciados por lavagem de capitais e por integrar associação criminosa.

Os seis investigados foram encaminhados para a Delegacia de Polícia Civil de Ribeirão Pires e serão interrogados e indiciados.

Penalidade do crime

De acordo com o delegado que preside o inquérito policial, a pena do crime de estelionato é de 1 a 5 anos de reclusão, e segundo a polícia, o grupo também será responsabilizado por integrar organização criminosa e lavagem de capitais. Após a prática do crime investigado nesta operação, a lei penal foi alterada com a entrada em vigor da Lei 14.155, de 27 de maio de 2021 e com a criação do crime de fraude eletrônica, o estelionato nestas hipóteses passa a ter pena de 4 a 8 anos.

“A expansão da tecnologia e o confinamento decorrente da pandemia levou as pessoas a migrar muito mais intensamente para formas eletrônicas de se relacionar e, principalmente, grupos vulneráveis acabam sendo mais suscetíveis de serem enganadas pelos criminosos virtuais. O avanço tecnológico é essencial, mas o risco é potencializado para esses grupos vulneráveis, afirma Contelli.


Polícia Civil - Materiais foram apreendidos durante cumprimento dos mandados
 

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