É preciso fazer teste para comprovar resposta da vacina contra Covid-19?

Infectologista explica que realizar teste de anticorpo não é suficiente para avaliar a resposta imune induzida pela vacina; todos os imunizantes aprovados para uso tiveram segurança e eficácia comprovadas

REGIÃO - WEVERSON NASCIMENTO

Data 08/07/2021
Horário 05:55
Foto: Cedida
Infectologista: “Número de imunizados cria uma barreira a qual faz com que o vírus não circule”
Infectologista: “Número de imunizados cria uma barreira a qual faz com que o vírus não circule”

Com o passar dos meses, surgiram vários rumores sobre o vírus da Covid-19 e a eficácia das vacinas aprovadas. Contudo, estes assuntos devem ser tratados a sério, uma vez que uma informação distorcida pode incitar preocupação na população, principalmente no que diz respeito aos estudos clínicos. Um destes questionamentos é: É preciso realizar o teste para Covid-19 após a vacina, com o objetivo de verificar se desenvolveu os anticorpos? A resposta é: NÃO!

O primeiro motivo, segundo o médico infectologista, André Luiz Pirajá da Silva, é que os testes geralmente detectam anticorpos contra o nucleocapsídeo do vírus (parte interna do vírus). Já as vacinas geram, principalmente, anticorpos contra a proteína spike (parte externa do vírus). Ou seja, um teste com resultado negativo não necessariamente significa ausência de anticorpos.

O segundo motivo é que mesmo fazendo um teste que detecta os anticorpos neutralizantes, que são aqueles que impedem a entrada do vírus nas células, o resultado não é suficiente. Isso porque ainda não se sabe qual a quantidade mínima de anticorpos neutralizantes que será necessária para garantir a proteção.

Para avaliar parte da resposta imune existe um teste de neutralização que é usado na pesquisa científica, explica o médico. Com esse teste é avaliada a capacidade do soro de pessoas vacinadas de impedir com que os vírus consigam entrar nas células. Contudo, este estudo requer cultivo de células específicas e manipulação de vírus, o que inviabiliza a execução em larga escala e comercialização.

“A imunidade não depende exclusivamente dos anticorpos”, enfatiza o médico. “As vacinas estimulam o sistema imune como um todo, incluindo as diferentes células de defesa. Isso é essencial para aumentar as chances de proteção contra novas variantes do vírus, por exemplo. Então, realizar teste de anticorpo não é suficiente para avaliar a resposta imune induzida pela vacina”. 

 

EFICÁCIA

COMPROVADA

Conforme o infectologista, os testes de anticorpos disponíveis atualmente não conseguem avaliar a proteção e a imunidade adquirida através da vacina. Um resultado positivo, segundo ele, pode gerar uma falsa sensação de segurança. Já um resultado negativo pode gerar uma “preocupação desnecessária”.

Mas como saber se estou protegido? Sobre este assunto, o médico explica que os testes clínicos realizados têm exatamente essa função. Portanto, todas as vacinas aprovadas para uso tiveram a segurança e a eficácia comprovadas. “A única forma de você avaliar se a vacina é adequada ou não é pegando a doença. Então, a população deve se tranquilizar com os imunizantes uma vez que eles são eficazes”.

A maior preocupação da população não deve ser testar a vacina, reforça o infectologista. Mas, compreender a necessidade de que todos recebam o imunizante. “Nem sempre as pessoas vão responder de forma adequada à vacina, porém, o maior número de pessoas imunizadas cria uma barreira a qual faz com que o vírus não circule e, consequentemente, acabe por não desenvolver mais a doença na população”, expõe.

 

SERVIÇO
Estes e outros assuntos são tratados detalhadamente pelo médico infectologista, André Luiz Pirajá da Silva, em seu perfil no Instagram. Para ficar por dentro de todas as atualizações de saúde basta acessar o perfil @andre.piraja.

 

 

 

 

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