"Show da Noite"

DignaIdade

COLUNA - DignaIdade

Data 25/08/2020
Horário 06:45

Gláucio Gil foi um autor de peças de teatro famosas em sua época, como “Toda Donzela tem um Pai que é uma Fera” e “Procura-se uma Rosa”. Também foi um dos criadores do Teatro Santa Rosa no Rio de Janeiro e um dos precursores dos talk shows da televisão brasileira. Seu programa estreou no primeiro dia da inauguração da Rede Globo em 26 de abril de 1965 e era exibido diariamente às 21h30 com o título de “Show da Noite”. Em poucos meses, Gláucio Gil atingiu enorme popularidade no Rio de Janeiro, com seu show televisivo de duas horas de duração, até a noite da fatídica sexta-feira, 13 de agosto. Curiosamente, Gláucio iniciou o programa com a frase: “Hoje é sexta-feira, 13 de agosto, e por enquanto está tudo bem”. No transcorrer do programa, Gláucio Gil sentiu-se mal e sentou-se no sofá, e morreu ao vivo, com um infarto fulminante com apenas 33 anos de idade. Domingos de Oliveira era o diretor da produção e relata que a TV saiu do ar, e rapidamente uma multidão dirigiu-se à porta da emissora para saber o que tinha acontecido com o apresentador. Dono de simpatia e vitalidade impressionantes, Gláucio Gil hoje é nome de um teatro na Rua Barata Ribeiro em Copacabana.     

“Impacto econômico com a morte de idosos”

O impacto emocional e a vivência da perda de um familiar durante a pandemia da Covid-19 é situação imensurável. No entanto, junto à dor da ausência e o vazio deixado em muitas famílias, os idosos que se foram com a Covid-19 também trazem um grande impacto econômico em um país de graves problemas sociais. A dependência familiar pelos salários, aposentadorias e pensões dos idosos sempre foi grande e aumentou com o incremento do desemprego (13,3% da população em junho). Estudos do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) apontou que em 20,6% dos 71,3 milhões de domicílios do país, a renda do idoso representa mais de 50% do total dos ganhos familiares. Nesses locais, vivem 30 milhões de pessoas, com renda per capita média de R$ 1.621 por mês. Em outros 18% do total de domicílios (12,9 milhões de casas), os ganhos dos idosos são a única fonte de renda. Uma massa de 23 milhões de brasileiros (18 milhões de idosos e 5 milhões de adultos, crianças e adolescentes) sobrevive com os vencimentos do idoso. Quando algum destes idosos morre (com exceção nas situações de recebimento de pensão pelo seu cônjuge), o restante da família pode ficar sem provento algum. E quantos idosos não morreram na pandemia até agora? Com dados que aumentam a cada dia, e estatísticas variáveis, dados recentes sugerem que 71,4% dos mortos pelo coronavírus têm acima de 60 anos. Temos seguramente mais de 75.000 idosos que se foram e com eles, muitos benefícios de aposentadorias se extinguiram, deixando famílias órfãs de seus parentes e também órfãs de seus benefícios.

Dica da Semana

Televisão 

Reprises de novelas:
O departamento de teledramaturgia das emissoras permanece desativado devido à pandemia do coronavírus. Após a reprise de três títulos em seus principais horários (“Novo Mundo”, “Totalmente Demais” e “Fina Estampa”), a Globo se prepara para reexibir outras três. Com um baú cheio de tramas interessantes e merecedoras de reapresentações (muitas delas agora disponíveis na plataforma paga Globoplay), a emissora programa exibir três tramas muito recentes: “Flor do Caribe” de 2013, “Haja Coração” de 2016 e “A Força do Querer” de 2017. Ainda não deu tempo de sentir saudades delas. E no Vale a Pena Ver de Novo, uma trama mais antiga de 2000: “Laços de Família”, que já foi reprisada (e tantas outras que nunca foram reexibidas). 


 

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