“Temos uma proposta de continuar desenvolvendo uma economia de base tecnológica em Prudente”

NELSON BUGALHO (PSDB) - PREFEITO E CANDIDATO À REELEIÇÃO EM PRESIDENTE PRUDENTE

Eleições - GABRIEL BUOSI

Data 13/10/2020
Horário 06:15
Cedida - Bugalho é candidato a prefeito pelo PSDB
Cedida - Bugalho é candidato a prefeito pelo PSDB

O Imparcial dá início hoje a uma série de entrevistas com os candidatos a prefeito de Presidente Prudente. A partir de um sorteio realizado com representantes dos concorrentes, foram decididas as datas das entrevistas, que ocorreram entre os dias 1º e 9 de outubro, e as datas das publicações, sempre às terças e quintas-feiras, entre hoje e o dia 29 de outubro. A primeira entrevista é com o candidato Nelson Roberto Bugalho, do PSDB, que aos 57 anos busca a reeleição ao lado de Ieda Benedetti, psicóloga escolhida para ocupar o cargo de vice-prefeita. 
Para esta sabatina com os candidatos, foram acordadas oito perguntas, sendo seis delas iguais para todos e outras duas que devem levar em consideração as experiências sociais e políticas do candidato. Divorciado, e com ensino superior completo, o entrevistado de hoje faz parte da coligação “Honestidade, Transparência e Inovação”, composta pelos partidos Pros/PSDB/Solidariedade e PL. Ele já se candidatou a deputado federal duas vezes, em 2010 e 2014, quando ficou como suplente, e a prefeito em 2016, quando conquistou a eleição. Confira: 

O senhor é candidato à reeleição em Prudente. Caso receba a confiança do eleitorado prudentino para permanecer na cadeira, qual deverá ser o projeto carro-chefe dentro do seu plano de governo? 
O que me leva a postular a reeleição e a confiança do povo prudentino é que nós tínhamos várias propostas, sendo que algumas delas não conseguimos concluir por causa da crise econômica e circunstâncias políticas e sanitárias que impediram isso. Então, temos essa proposta de continuar, por exemplo, desenvolvendo uma economia de base tecnológica em Prudente. Começamos isso com a criação da Fundação Inova Prudente, que tem vários programas, inclusive educacionais, como o Inova Kids, que atende mais de 2 mil crianças. 
Queremos continuar esse redirecionamento da economia de Prudente para a prestação de um serviço que tenha essa base tecnológica, assim como idealizamos outros projetos, como a Batatec, pois não queremos ser apenas os maiores produtores do país, mas sim estimular a cadeia produtiva e dar continuidade ao nosso programa com a educação, que continua sendo primordial para a próxima gestão, mas agora focando na reforma das nossas escolas, na melhoria para as estruturas físicas das nossas unidades e capacitação dos professores. E na saúde, ampliar as equipes de ESF (Estratégia Saúde da Família), com mais 10 equipes. 

Os alagamentos no Parque do Povo são um problema frequente no município. Em julho deste ano, um empréstimo no valor de U$ 46,8 milhões foi aprovado junto ao Fonplata (Fundo Financeiro para o Desenvolvimento da Bacia do Prata) e o processo, entre outros fatores, depende agora da contrapartida de 20% acordada em contrato. Se eleito, como pretende dar andamento às negociações e viabilizar as obras para sanar esse problema tão antigo na cidade? 
A questão das inundações é um problema crônico que foi causado pela ocupação daquele entorno do Parque do Povo ao longo das últimas décadas. Ele foi concebido de forma equivocada e ali deveria haver um investimento muito grande. Sabemos o que fazer, talvez não para revolver 100%, mas para resolver grande parte, como a construção de uma nova ponte próxima ao shopping que fica por ali, pois é onde há um represamento das águas que acabam voltando para o Parque do Povo. Essa talvez deva ser a primeira obra. Há outras, e para isso são necessárias dezenas de milhões de reais, e o municio não dispõe desse recurso. Isso deve ser feito através de um financiamento, sem dúvidas o recurso do Fonplata é indispensável para isso, mas dizer que o município vai conseguir com recursos próprios resolver as inundações do Parque do Povo é desconhecer a realidade da cidade e do próprio país. 

Há relatos de empresas que desistem de se instalar em Presidente Prudente ou até mesmo migram para municípios ou Estados vizinhos por alegarem falta de incentivo fiscal. Isso, além de prejudicar a arrecadação do município, consequentemente tem impactos na geração de empregos e em toda a cadeia produtiva. Quais serão as propostas para que empresas se sintam atraídas a virem ou permanecerem emPprudente? 
Quando uma empresa vai para outro Estado não é por conta de impostos do município, mas por causa de uma guerra fiscal instalada no país. O tributo municipal mais importante é o ISS (Imposto Sobre Serviço), o de Presidente Prudente é muito parecido com as alíquotas de outros municípios do nosso porte. Não podemos comparar esse ISS com o de uma pequena cidade e que não tem a estrutura que nós ofertamos para as pessoas. Temos alíquotas que variam de 2% a 5% e temos condições, mas precisamos de um tempo, de reduzir a alíquota para atrair mais setores para nosso município. Primeiro, precisamos encontrar um equilíbrio fiscal e econômico, o que temos feito desde o ano passado. Vale lembrar que tínhamos um déficit anual de R$ 40 milhões a R$ 50 milhões desde 2015, em 2019 isso não ocorreu e em 2020 não vai ocorrer, pois estamos encontrando o equilíbrio, mesmo com muita dificuldade. Vamos lançar nos próximos dias o programa Aprova Prudente Digital, tudo estará digitalizado, como a aprovação de projetos, e o mesmo será feito para abertura de empresas.

Prudente, ao longo dos anos, ainda não conseguiu encerrar as atividades do aterro sanitário. Enquanto isso, a atual gestão aposta no Cirsop (Consórcio Intermunicipal de Resíduos Sólidos do Oeste Paulista) para reverter a problemática dos resíduos urbanos. Como pretende resolver a primeira questão e levar adiante a segunda? 
O encerramento do aterro é uma solução, e estamos fazendo tudo em conformidade com um plano aprovado pela Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), tudo de forma correta dentro do ponto de vista ambiental. Estamos fazendo a disposição em uma área contigua ao aterro, que atende a todas as exigências de um aterro novo, e tem uma capacidade de limite, por isso o consórcio, que é uma forma de dar uma destinação correta aos resíduos, como a lei preconiza. Nosso consórcio foi classificado em 4º lugar no Brasil para receber recursos para planos que envolvem a destinação adequada de resíduos sólidos, então, a solução tem que ser consorciada. Precisamos esgotar a capacidade de suporte atual do nosso aterro para que o município não gaste dinheiro à toa, pois o custo aproximado para levar o nosso resíduo para um aterro licenciado é algo em torno de R$ 20 milhões por ano, então, precisamos estar organizados para fazer isso. Temos ainda como dispor no nosso atual aterro por mais alguns meses, mas a solução tem que contemplar o plano regional dos 10 municípios. Nosso plano regional estará disponível em consulta pública, até 20 de outubro haverá uma audiência pública, e, aí sim, o consórcio vai aprovar deliberar o rumo mais apropriado.

O que o senhor promoverá, no âmbito financeiro, para equilibrar os cofres públicos? 
Já estamos fazendo isso, na verdade herdei muitas situações e estamos corrigindo as várias irregularidades que herdamos por conta de decisões tomadas por administrações anteriores. Ao longo dos quatro anos foram quase R$ 200 milhões pagos em dívidas, dinheiro que foi tirado do cofre do município e que poderia ser empregado em investimento de infraestrutura. Cortamos gastos e continuaremos para que a gente possa gerir melhor esses poucos recursos que sobram, quando sobram. Precisamos fazer justiça fiscal, pois tem gente que paga pouco tributo, por exemplo, em relação ao IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano). Tem lugares que pagam menos, há casos que pagam R$ 20 por ano de IPTU, ou seja, a moto da garagem paga mais imposto que a casa, e essas correções precisam ser feitas. Não é aumentar impostos, mas fazer a justiça fiscal, que é importante para qualquer município. O caminho, no entanto, é evitar contratações desnecessárias e promover o gasto do dinheiro público de uma forma que possa atender as expectativas da população, sem comprometer esse equilíbrio fiscal.

Sua gestão à frente da Prefeitura de Prudente nos últimos quatro anos foi marcada por frequentes baixas no secretariado. Pretende rever os critérios para a escolha dos secretários caso volte a ser eleito? 
Sim, ao longo desses anos houve várias mudanças, alguns saíram por questões particulares, e temos que respeitar, e outros não. Evidentemente, quando você está na política, existem compromissos políticos que todos assumem, então, o que venho falando é: nossa coligação é pequena, somos apenas quatro partidos, e nem fiz questão de ampliar, justamente para ter maior liberdade como gestor para poder promover as alterações necessárias e para que possamos fazer um governo de forma mais harmônica. Ao longo desses anos teve muita sabotagem política ao nosso governo. Na Câmara, alguns integrantes, por duas vezes, tentaram me tirar do comando do município para o qual fui eleito democraticamente, e isso revela um comportamento antidemocrático e você acaba perdendo tempo com essas coisas, pois não tive tranquilidade para governar, pois sempre causaram problemas para o nosso governo de forma injusta. Na primeira vez, a Justiça mandou paralisar esse processo e, na segunda vez, a maioria da Câmara colocou fim a isso. 

A sua gestão também foi marcada pelo retorno da operação dos radares em prudente. Como analisa a implantação? Pretende expandir? 
Não pretendemos ampliar. Eu sempre sustentei a necessidade de radar, ele poupa vidas, sacrifícios e sofrimento, e os números revelam isso, pois tivemos redução de acidentes com vítimas, e você toma como base, por exemplo, o mês de agosto. Em todos os 21 radares da cidade passaram mais de 10 milhões de veículos em agosto, destes, apenas 0,074% foi autuado e violou a lei, e é um número bastante pequeno comparado com a trafegabilidade. E mais, não permiti que se instalassem radares móveis na cidade, e não tem nenhum, ou seja, só é multado quem quer. 

Por fim, por qual razão o eleitor deve colocar novamente a máquina pública em suas mãos?
Fizemos uma gestão muito honesta, transparente, inovadora e fizemos coisas que ninguém nunca teve coragem de fazer. Estamos fazendo o novo camelódromo, teremos o Bom Prato, terminamos o Centro Olímpico, pagamos e estamos pagando dívidas de gestões passadas, e tem muito projeto ainda que gostaríamos de realizar. Queremos continuar cuidando de pessoas. Meu governo não foi marcado por grandes obras, por falta de recursos, mas tivemos o cuidado, por exemplo, quando implantamos a UPA (Unidade de Pronto-Atendimento) da zona norte, temos uma estrutura de saúde de muito importância na cidade, e gostaria, por esta e outras razões, de continuar no comando. Temos um governo de mãos limpas e que cuida das pessoas. ,

Calendário de divulgação das entrevistas feito por meio de sorteio

Hoje, 13 de outubro
- Nelson Roberto Bugalho (PSDB) 
- Glauco José Bazzo (PTC) 

15 de outubro
- Juliano Borges (Podemos)
- João Felício Figueira (PRTB) 

20 de outubro
- José Lemes Soares (PDT)
- Luís Valente (PT)

22 de outubro 
- Marcos Lucas (Avante)
- Ed Thomas (PSB)

27 de outubro 
- Fábio Sato (MDB)
- Guilherme Piai (PSL) 

29 de outubro
- Laércio Alcântara (DEM)
- Paulo Lima (PSD)

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