“Uma cidade que investe no seu jovem tem a garantia de futuro”

JULIANO BORGES (Podemos)  - CANDIDATO A PREFEITO DE PRESIDENTE PRUDENTE

Eleições - GABRIEL BUOSI

Data 15/10/2020
Horário 06:00
Cedida - Juliano é candidato a prefeito pelo Podemos
Cedida - Juliano é candidato a prefeito pelo Podemos

O Imparcial dá sequência hoje a uma série de entrevistas com os candidatos a prefeito de Presidente Prudente. A partir de um sorteio realizado com representantes dos concorrentes, foram decididas as datas das entrevistas, que ocorreram entre os dias 1º e 9 de outubro, e as datas das publicações, sempre às terças e quintas-feiras, entre 13 e 29 de outubro. A entrevista de hoje é com o candidato Juliano Borges, do Podemos, que aos 38 anos busca a eleição ao lado de Wadir Olivetti Júnior, empresário escolhido para ocupar o cargo de vice-prefeito. 
Para esta sabatina com os candidatos, foram acordadas oito perguntas, sendo seis delas iguais para todos e outras duas que devem levar em consideração as experiências sociais e políticas do candidato. Casado e com ensino superior completo como grau de instrução, Juliano segue com o partido isolado, sem composição de coligação, em mais uma corrida eleitoral, visto que já se candidatou em 2008 e 2016 ao cargo de vereador, quando ficou como suplente, e em 2018 a deputado federal, quando também ficou para suplente. Confira abaixo a entrevista.

Caso receba a confiança do eleitorado prudentino para ocupar a cadeira, qual deverá ser o projeto carro-chefe dentro do seu plano de governo? 
Nosso carro-chefe será uma reforma administrativa, até porque vamos encontrar uma situação financeira muito desfavorável do município. Teremos um projeto de eliminação de cinco delas, eliminação de 40% dos cargos em comissão, sendo que a ocupação de 50% dos cargos que sobrarem serão de servidores efetivos, ação que pretendemos economizar em R$ 7 milhões. Somando-se a isso temos outros projetos em mente, como parceria público-privada da Cidade da Criança, do Estádio Prudentão e outros espaços, para que possamos economizar em torno de R$ 30 milhões para poder investir na educação. Nos comprometemos a trazer, por exemplo, o Sistema Sesi de Ensino, além de melhorar a saúde, com a ampliação das ESFs (Estratégias Saúde da Família), que são 12, e queremos ampliar o número de equipes.
Também outro objetivo é a questão da segurança pública, melhorar a segurança com os bairros mais afastados e a zeladoria da cidade, que tem deixado a desejar. 

Os alagamentos no Parque do Povo são um problema frequente no município. Em julho deste ano, um empréstimo no valor de U$ 46,8 milhões de dólares foi aprovado junto ao Fonplata (Fundo Financeiro para o Desenvolvimento da Bacia do Prata) e o processo, entre outros fatores, depende agora da contrapartida de 20% acordada em contrato. Se eleito, como pretende dar andamento às negociações e viabilizar as obras para sanar esse problema tão antigo na cidade? 
A priori, a ideia é rever todo o estudo, entender a dinâmica desse empréstimo e conversar com quem mora ao entorno do local, para encontrar uma solução. Não podemos assumir um compromisso dessa magnitude sem antes conhecer o projeto, entender a problemática e saber o que pensa quem vive no entorno. Não pode ser uma decisão apenas do prefeito. 

Há relatos de empresas que desistem de se instalar em Presidente Prudente ou até mesmo migram para municípios ou Estados vizinhos por alegarem falta de incentivo fiscal. Isso, além de prejudicar a arrecadação do município, consequentemente tem impactos na geração de empregos e em toda a cadeia produtiva. Quais serão as propostas para que empresas se sintam atraídas a virem ou permanecerem em Prudente? 
Primeiro é dar uma característica de protagonista para a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, que ao longo dos anos não mostrou para o que veio e nem qual tem sido seu papel na questão de geração de empregos e empresas. Soma-se também, alocar recursos e investimentos para ter geração de empresas na cidade e potencializar os pequenos e médios produtores e empreendedores, para ter uma política pública de autoemprego. Essa ideia vem através do Banco do Povo, com a intenção de estimular o maior número de empréstimos possíveis, com juros baixos e carência grande. Soma-se a isso, a intenção de transformar a Inova em uma agência de desenvolvimento e cooperação para infraestrutura e apoio às grandes empresas da cidade, pois precisamos de um apoio. Não queremos vender a ilusão dizendo que vamos trazer indústrias de fora, temos responsabilidade com nossa fala. Além disso, queremos colocar um escritório avançado em Brasília, para buscar as melhores oportunidades e recursos para a iniciativa privada, para o apoio dos pequenos e médios empresários.

Prudente, ao longo dos anos, ainda não conseguiu encerrar as atividades do aterro sanitário. Enquanto isso, a atual gestão aposta no Cirsop (Consórcio Intermunicipal de Resíduos Sólidos do Oeste Paulista) para reverter a problemática dos resíduos urbanos. Como pretende resolver a primeira questão e levar adiante a segunda? 
Primeiro precisamos conhecer esse projeto que está em andamento, o município investiu 40% praticamente de um total de R$ 1 milhão em estudos de viabilidade do aterro. Queremos saber em que pé estão esses estudos. Temos algumas preocupações, a nossa ideia e proposta é que possamos trabalhar uma parceria público-privada e, quem sabe no futuro, uma usina de biodigestão, que é uma possibilidade que existe, pois eu pude conhecer na Alemanha empresas que trabalham nessa área e sabemos que há em Londrina (PR) uma usina de biodigestão, e é muito possível que Prudente tenha uma nesse sentido. Além disso, falamos também da agência de desenvolvimento e cooperações, que é para conseguir captar recursos para que possamos ter em médio e longo prazo uma usina. Contudo, teremos um projeto em curto prazo para dar fim ao aterro, pois sabemos que a Justiça já determinou o encerramento, e precisamos uma política, para que não empurremos com a barriga a situação.  

O que o senhor promoverá, no âmbito financeiro, para equilibrar os cofres públicos? 
Eliminação de secretarias, cargos em comissão e parcerias público-provadas com a Cidade da Criança, Prudentão e outras ações de contenção de gastos, que acreditamos ter uma economia ao ano de R$ 30 milhões, chegando em quatro anos a R$ 120 milhões aproximadamente, esse estudo já existe, não é algo novo. Em 2017, esse estudo já estava na mesa, e se ele tivesse sido cumprido não teríamos esse problema hoje. O orçamento aponta um déficit e soma-se também a isso a dívida da Prudenprev (sistema de previdência da Prefeitura), que está sendo colocado para o ano que vem.

O senhor atuou por oito anos frente à Coordenadoria da Juventude de Prudente, onde desenvolveu projetos voltados aos jovens do município. Caso seja eleito, pretende dar continuidade ao trabalho em prol da comunidade jovem? 
Vamos voltar com esse projeto. Foi uma experiência muito rica que eu tive na implantação dessa estrutura que não existia no município, e foi um grande aprendizado, tivemos mais de 200 parceiros em diversas ações, tivemos mais de 150 mil jovens atendidos dentro desses projetos, 180 projetos ao longo de oito anos, então, pude conhecer de perto as necessidades da juventude e vi muito pouco perto daquilo que gostaria. Enquanto prefeito, acredito que conseguiremos fazer muito mais para que os jovens cresçam e se desenvolvem. Uma cidade que investe no seu jovem tem a garantia de futuro.

Qual sua avaliação sobre o transporte coletivo de Prudente e quais são os seus projetos para reestruturá-lo?
O transporte de Prudente é péssimo e mal avaliado, e ocorre que hoje não há fiscalização do serviço, pois, se houvesse, a empresa já havia sido descredenciada de prestar esse serviço. O que nos comprometemos é que, para o início, dentro de 30 dias, queremos que todos os ônibus tenham GPS, pois todos precisam saber onde estão os veículos, visto que estamos na era da tecnologia e as pessoas não podem ficar sem saber que horas o ônibus vai passar na porta da sua casa. É um sistema que tem que funcionar, para facilitar o transporte na cidade. Vale dizer que nossas discussões com a empresa serão públicas, gravadas, e toda planilha de custos será pública, para que fique tudo de forma transparente, pois as pessoas precisam saber como funciona isso.

Por fim, por qual razão o eleitor deve colocar a máquina pública em suas mãos?
Primeiro, ninguém é candidato de si próprio. Construímos um projeto muito sério em Presidente Prudente, sou jovem e minha preocupação não é só chegar e ser prefeito, mas como chegar lá. Organizamos um grupo, um time de pessoas que trabalham na comunidade e impactam vidas, trouxemos o vice, Wadir, um homem respeitado na cidade e que tem décadas de trabalho voluntário, tem sua empresa e gera empregos. Trouxemos candidatos a vereadores que têm compromisso com a comunidade e tivemos a ousadia de montar nosso time de secretários, para mostrar quais pessoas estarão comigo, pois estamos bem cercados de pessoas competentes. Vale lembrar que abrimos mão do fundo eleitoral, e estamos fazendo uma campanha “4s” (sapatos, suor, saliva e senhor Deus na frente). O jeito correto de fazer política é esse, o eleitor vai ter a opção de votar no projeto que defendemos e nas pessoas que estão por trás dele. 

Calendário de divulgação das 
entrevistas feito por meio de sorteio

13 de outubro
- Nelson Roberto Bugalho (PSDB) 
- Glauco José Bazzo (PTC) 

15 de outubro
- Juliano Borges (Podemos)
- João Felício Figueira (PRTB) 

20 de outubro
- José Lemes Soares (PDT)
- Luís Valente (PT)

22 de outubro 
- Marcos Lucas (Avante)
- Ed Thomas (PSB)

27 de outubro 
- Fábio Sato (MDB)
- Guilherme Piai (PSL) 

29 de outubro
- Laércio Alcântara (DEM)
- Paulo Lima (PSD)

SAIBA MAIS

Candidato a prefeito Nelson Bugalho (PSDB)

Candidato a prefeito Major Glauco (PTC)

O Imparcial dá início às publicações de entrevistas com candidatos

O Imparcial divulga calendário  de entrevistas com candidatos a prefeito de Prudente

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