A chegada de uma (nova) década

OPINIÃO - Rodinei Silva

Data 19/12/2019
Horário 04:23

Estamos a poucos dias da entrada de um novo ano. Mas não é só um ano, e sim o início de uma nova década. Os anos de 1980 até 1990 foram chamados de a década perdida, essa que termina não será muito diferente.

Retrocedemos em muitos aspectos, principalmente quando vemos o aumento de mulheres mortas por seus companheiros. Crianças abusadas sexualmente. Florestas sendo derrubadas e povos indígenas sendo expulsos ou mortos.

Regredimos quando vemos que pessoas morrem de fome ou frio nas esquinas das grandes cidades. Vemos nos telejornais filas quilométricas de trabalhadores a procura de emprego.

Todos os dias somos impactados com notícias de falta de medicamentos, médicos, vagas em hospitais aos pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde). E, em seguida, notícias de desvio de dinheiro para a construção de um posto de saúde, de uma creche ou de um hospital para o bolso de uma empreiteira ou um legislador público.

Retrocedemos em muitos aspectos, principalmente quando vemos o aumento de mulheres mortas por seus companheiros

A nova década vem com um sonho de que tudo melhore. Recordo que na virada do milênio, já imaginávamos um 2020 diferente de tudo o que está aí.

Pessoas mais sociáveis e não que matassem ou brigassem por causa de política. Imaginava que o homem já estaria morando em Marte, que pudéssemos conversar com robôs, que as transações econômicas seriam muito mais fáceis, que veríamos carros voadores ou que a inclusão de todos os grupos fosse algo tão comum.

A nossa década deixa muitas lições e a que precisamos mais entender e por em prática é a tolerância. Precisamos aprender também mais sobre reconhecer nossos erros, sermos éticos com o outro. Termos maturidade, respeito com a natureza, com as crianças, com os idosos e com o diferente. Respeitar a opinião do outro e buscar se por no lugar dele.

Se essa década está perdida, não podemos voltar e começar de novo. Mas podemos iniciar uma nova década acreditando que será melhor do que a que termina. Basta iniciarmos uma mudança em nós mesmo.

 

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