A garota que o vento levou

Sandro Villar

O Espadachim, um cronista a favor do sabão e do sabonete

CRÔNICA - Sandro Villar

Data 11/11/2025
Horário 05:30

Bons tempos aqueles em que tornado no Brasil era apenas o Tony Tornado, cantor e ator. Evidente que esse fenômeno climático sempre deu as caras no país, mas com as mudanças climáticas a coisa se complicou. Triste a realidade em Rio Bonito do Iguaçu e cidades vizinhas, todas no Paraná, onde um tornado causou mortes e destruição. Seis pessoas morreram e mais de 700 ficaram feridas.
Uma das vítimas foi a garota Júlia, cujo sobrenome não me lembro enquanto batuco estas mal digitadas linhas. As circunstâncias da morte dela nos deixam sem palavras. Confesso que não sei como classificar, achar adjetivos e assim por diante.
O que sabemos é que ela estava na residência de uma amiga e, ao voltar para casa, foi surpreendida na rua pela ventania, que estava furiosa e veloz, atingindo mais de 250 quilômetros por hora. Quem é que aguenta isso? De acordo com o noticiário, a adolescente de 14 anos foi arrastada. 
Não sei se a palavra arrastada é a mais adequada. A julgar pelo pouco que sabemos sobre tempestades agressivas, a jovem pode ter sido lançada para cima e foi encontrada longe de casa, cerca de 15 quilômetros de Rio Bonito do Iguaçu. 
Ela estava em estado grave, muito machucada e mesmo socorrida não resistiu. Júlia era adorável e encantadora, e seria crismada no dia seguinte. Como disse acima, não sei como classificar a tragédia. Que Júlia esteja no céu e que Deus conforte a família e amigos. 
Foi um fim de semana duro, difícil e, claro, triste. Talvez seja o caso de lembrar que, hoje, o clima extremo é o maior "inimigo" da humanidade. Isso fugiu do controle e também talvez seja o caso de a gente passar a construir casas de ferro. Senão, o vento leva.  

DROPS

Quem não se expressa por meio de subterfúgios corre o risco de ir para um refúgio (a verdade dói).

Para certos políticos, o ódio é bandeira de campanha.

A propósito: a eleição de 2026 já começou.

Pelo jeito não se fazem mais primaveras como antigamente.
 

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