Na reportagem publicada, ontem, você deve ter notado que nesses mais de três meses de isolamento social, professores de música, os maestros Valter Luiz Trevisan e Luiz Antônio Peres Filho, Luizão, já acreditam nas potencialidades do ensino remoto, por experiência própria. Agora é a vez dos alunos falarem suas visões sobre o modelo.
A empresária Giovana Aparecida Viudes, 30 anos, e sua sobrinha, Maria Clara Viudes Pretti, 13, como alunas de violino do maestro Luizão, se adaptaram à nova rotina. Conforme a tia, para a sobrinha esse esquema a fez se encontrar. Isso porque ela não seguia uma rotina de estudo em casa. E o fato de ter que mandar vídeo, de mostrar o que fez ao professor lhe permitiu um destaque de evolução. “Em pouco tempo ela conseguiu atingir resultados que não conseguia só indo à escola. Ela mesma percebeu que faz muita diferença praticar em casa”, ressalta a tia.
E falando por si mesma, Giovana disse ser um desafio ter que estudar, dar conta da parte individual, em grupo, a vertente de ensaios das orquestras e ainda ter que trabalhar. “É um desafio estudar em casa e manter a produtividade no trabalho. O estudo requer tempo e foco. O ponto mais positivo do isolamento é você criar formas diferentes de ter resultado”, enfatiza Giovana.
Ela acredita que mesmo quando for possível retomar as atividades presenciais, as aulas virtuais não deixarão de existir, porque serão ferramentas importantes para os alunos terem mais motivação de praticar em casa, de buscar conhecimento, usar a internet de forma positiva para evoluir.
Aprendizado para as salas de aula
O estudante de licenciatura em Música na Unoeste (Universidade do Oeste Paulista), Luan de Oliveira Martins, 21 anos, por sua vez, afirma que o período de adaptação foi um pouco difícil, principalmente pela carga prática do curso, especialmente a conjunta.
“Procuramos meios de continuar realizando as atividades conjuntas em meio virtual, mas percebemos o delay [atraso entre o recebimento e envio de áudio e vídeo] que impossibilita o sincronismo. Para essa matéria, cada aluno gravou sua parte e juntamos tudo depois”, diz Luan, demonstrando a capacidade de resiliência para encontrar as mais diversas soluções.
Luan diz que para ele a experiência foi muito válida por ser uma preparação para o novo mercado de trabalho. “Eu que serei um professor de música, acredito que no pós-pandemia, as experiências remotas se tornarão definitivas e os licenciados deverão estar prontos para os novos formatos”, completa Luan.
O estudo requer tempo e foco. O ponto mais positivo do isolamento é você criar formas diferentes de ter resultado”
Giovana Aparecida Viudes
Fotos – Cedidas
Maria Clara montou uma rotina de estudos que resultou em grandes evoluções
Luan vê importantes aprendizados no ensino remoto para quando atuar na docência