Amigos e parentes se despedem do massagista Nonô

“Ele era soldado do exército, em São Paulo, e como não conseguia passar no teste para subir de patente, não podia voltar para Prudente, aí ele deu baixa e passou a ajudar o Corintíans de Prudente", conta.

Esportes - Jefferson Martins

Data 17/07/2015
Horário 07:35
 

Pureza, bondade, simpatia, e principalmente dedicação ao esporte. Essas são as principais marcas, que ficaram guardadas na memória dos familiares, e também dos amigos de Noel Alves dos Santos, também conhecido como Nonô, que durante mais de 30, dos 64 anos de vida, foi massagista, por diversos clubes do interior de São Paulo, e é um personagem marcante do futebol do oeste paulista.

Nonô lutava contra um tumor maligno no fígado e não resistiu. A morte foi confirmada, às 19h50 de quarta-feira. Alagoano, de São Miguel dos Campos, chegou a Presidente Prudente ainda garoto, e de acordo com José Roberto Benites, se criou na Vila Marcondes. "Eu o considero um irmão. Fomos criados praticamente juntos. Quando o Noel tinha 13 anos, a casa dele pegou fogo, ele tinha sete irmãos, cada um foi para uma casa. E ele foi para a minha", lembra ele dos tempos de infância.

Jornal O Imparcial Noel, no Opec, em 2008

De acordo com Benites, a história de Nonô com o futebol prudentino é rica, e cresceu depois que retornou a Prudente. "Ele era soldado do exército, em São Paulo, e como não conseguia passar no teste para subir de patente, não podia voltar para Prudente, aí ele deu baixa e passou a ajudar o Corintíans de Prudente", conta. Também no tempo de militar, o radialista Sérgio Jorge Alves fala que, por diversas vezes, via Nonô escoltando o alvinegro da cidade por todo o Estado.

 

Proteção

"Nós transmitíamos jogos do Corintinha por todo o Estado, e eu o via. E, uma vez, em Taubaté, nós estávamos trabalhando e alguns torcedores nos ameaçando. O Noel avistou aquela cena. Ele era um pouco gago, chegou perto, foi para cima dos torcedores e gritou ‘de-de-sapareçam daqui, aqui quem manda sou eu’. Ele era forte, e amedrontou todos. Depois que passou, a gente riu muito daquilo, mas não ficou um", lembra de uma das marcantes histórias.

Além do Coríntias de Prudente, tem passagens pelos extintos Prudentino Futebol Clube, Opec (Oeste Paulista Esporte Clube), Bandeirante de Birigui e por último Tupã Futebol Clube, onde participou da conquista do acesso à Série A-3, em 2013. "Dói muito, era um amigo fantástico. A gente sabe que a vida é assim, mas ele era um sujeito puro. Vai deixar muita saudade", conclui o também amigo, Odair Daleffi, popularmente conhecido como Marginal. Nonô foi sepultado ontem, no Cemitério Municipal São João Batista.
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