Ricardo Amendola, 72 anos, diretor presidente da Caiado Pneus, faleceu na madrugada dessa sexta-feira (18/12), vítima de complicações da Covid-19. Amendola era genro de Alberico Marques Caiado, fundador do grupo Caiado Pneus. Trabalhava na empresa há 40 anos. Desde 2000 presidia a Caiado, que tem sede em Presidente Prudente e 39 lojas espalhadas por vários estados. A Caiado emprega 400 funcionários. Renato Caiado Sitinik, 40 anos, seu sobrinho, diretor comercial da empresa, estava sendo preparado por Amendola, para sua sucessão. Em mensagem aos funcionários ele escreveu: “Nosso maior borracheiro nos deixou. É impossível colocar em palavras tudo o que o Ricardo significou ao longo de 40 anos de dedicação a essa empresa, a família Caiado e individualmente para cada um de nós. Muitos aqui perdem um amigo, uma referência, um chão. Para os que conheceram pouco, o Ricardo ele é da época em que a recapagem era algo manual e se vendia pneu bebendo pinga e jogando braço de ferro com caminhoneiro. A empresa em que trabalhamos hoje reflete muito da visão dele. Processos, análise gerencial, plano de ação, planejamento, reunião anual e conceito de margem são alguns dos legados dele. Ricardo era muito, muito disciplinado. Trabalhou até o dia em que foi internado e levou o computador para trabalhar do hospital. Por mais que quisesse se aposentar, essa empresa e o trabalho foram sua vida. A verdade é que jamais conseguiria parar totalmente. Há 5 anos começamos um processo de sucessão que termina hoje. Não da forma como gostaríamos mas é inegável que esse foi de longe o melhor processo de sucessão pelo qual a Caiado já passou. Recebemos hoje uma empresa muito mais estruturada e preparada do que o Ricardo recebeu. É triste. É muito triste, que o Ricardo não verá finalizados alguns projetos como a implantação do SAP. Também é inegável que ele deixou uma empresa preparada para funcionar sem sua presença. Trabalhou para isso não apenas porque queria se aposentar, mas porque sabia da importância da empresa continuar independe dele. Entendia que não poderia limitar a empresa a seu tamanho. Deixou uma equipe de 400 profissionais preparados e que sabem o que precisam fazer. Chorem, fiquem tristes, sintam o que tiverem que sentir. Troquem histórias e lembranças do que o Ricardo foi para cada um de vocês. Lembrem dos gritos, das broncas, dos palavrões e também das risadas, piadas e brincadeiras. Devido as circunstâncias e causas da morte não haverá velório e o enterro será limitado a familiares. No entanto, deixaremos sua sala aberta para aqueles que quiserem prestar uma homenagem. Por mais duro que seja, também não consigo pensar em outra forma de homenageá-lo nesse dia, do que fazer aquilo pelo qual ele trabalhou nos últimos anos, manter a empresa funcionando.
