Depois de 13 anos de luta contra um câncer, o sócio-proprietário da Bike Point – Equipamentos Esportivos – e ciclista, Nelson Ricardo Cardoso Pelosi, morreu na manhã de ontem, aos 48 anos, na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Nossa Senhora das Graças, em Presidente Prudente. Bastante conhecido na cidade e região por seu envolvimento com o ciclismo, fez história no esporte e há cerca de um ano foi homenageado ao ter seu nome dado a uma escolinha. Ele não tinha filhos, mas deixou a esposa, com quem vivia há 25 anos. Recebe as últimas homenagens na Casa de Velório Athia. O sepultamento está marcado para as 9h de hoje, no Cemitério Municipal Campal.
Maurício José de Souza conta que perdeu não somente um sócio na empresa, mas um amigo de longa data. Lembra que conhecia Pelosi desde 1980 e que passaram a trabalhar juntos em 1993. "Era uma pessoa de um caráter inigualável, um carisma muito grande. Dedicou a vida à família, aos amigos e era rodeado de pessoas queridas", comenta.
Souza diz que, mesmo depois da descoberta da doença, Pelosi não desanimou. "O que nos encantava nele era que, mesmo nos últimos anos, com a doença, com as dificuldades, ele sempre estava alegre e confortava a todos". O sócio ainda lembra que, em casos de câncer semelhantes ao que atingiram o ciclista, a medicina dá uma expectativa de vida de dois a três anos, no entanto, ele resistiu por mais de uma década. "O estilo de vida do Nelson, que era super saudável e bastante positivo, ajudou. Em nenhum momento ele se lamentou e estava sempre sorrindo", recorda.
No esporte, Pelosi era exemplar, afirma o amigo. "Como atleta, ele era um exemplo. Conquistou várias medalhas por Prudente nos Jogos Regionais e nos Abertos. Era disciplinado, comprometido e amava o que fazia", finaliza Souza.
Legado garantido
Mantida pela equipe Boscoli Competições/Grupo Belmont, a Escola de Ciclismo Nelson Ricardo Cardoso Pelosi foi criada há cerca de um ano, com a proposta de homenagear o ciclista, considerado como um dos precursores da modalidade em Prudente. "A ideia da homenagem surgiu justamente pela doença, sentimos a necessidade de imortalizá-lo em vida", afirma Éber de Almeida Boscoli, coordenador da escola, que atualmente conta com 18 alunos inscritos.
Para Boscoli, Pelosi deixou um legado no esporte prudentino, que precisa ser seguido pelos atuais e futuros desportistas da cidade: o companheirismo e o espírito de equipe. "O Nelson foi um companheiro e incentivador, que não deixava ninguém para trás. Quando a gente estava no mesmo pelotão, ele trabalhava para a equipe inteira andar junto e chegar junto. Esse é a principal herança que ele deixa", pontua. Como homenagem, cerca de 40 ciclistas, todos uniformizados, vão acompanhar o cortejo fúnebre até o Cemitério Municipal Campal.
