Arthur do Val, Monark e o esgoto da subcultura virtual

Roberto Mancuzo

CRÔNICA - Roberto Mancuzo

Data 08/03/2022
Horário 06:00

Do esgoto de onde saíram Arthur do Val e Monark ainda tem muita gente para ser “vomitada” em nossa cara e se não colocarmos um basta nisto agora, teremos que conviver com pessoas cada vez mais repugnantes.
Para contextualizar, vamos em ordem cronológica. Esse tal de Monark, com nome na certidão de Bruno Aiub, virou uma webcelebridade na onda recente do YouTube e do podcast, mas viu sua fama evaporar ao defender durante um de seus programas nos Estúdios Flow que os nazistas tinham direito a ter um partido deles. 
Sob a falsa alegação de que usou da liberdade de expressão para tamanha barbaridade, Monark tentou se defender, mas perdeu o emprego, patrocínios e hoje não consegue autorização para uma conta sequer nas redes sociais.
Já o deputado estadual, Arthur do Val (Podemos), divulgou semana passada áudios repugnantes com teor sexista em relação às mulheres ucranianas. Durante visita ao país em guerra, ele disse que as ucranianas seriam “fáceis de pegar” porque são pobres e que a fila das refugiadas tem muito mais mulheres bonitas que “a melhor balada do Brasil”.
E assim, às vésperas do Dia Internacional das Mulheres, o Brasil fica no centro da atenção mundial a partir da fala de um de seus representantes políticos.
O que possuem em comum do Val e Monark? Trafegam e surfam em um submundo virtual que parcialmente os alimenta a partir também de uma subcultura.
Quando Umberco Eco disse que a internet havia dado voz a uma legião de imbecis, ele não só estava certo como já profetizava o que viria a seguir. O que me espanta não é o que estes dois caras disseram ou o que representam porque uma breve análise da história pessoal de cada um já basta.
A questão é que eles possuem seguidores e estes arquitetam defesas cada vez mais espúrias e desonestas para confundir uma opinião pública cada vez mais enlouquecida e perdida entre o bom senso e a insanidade.
Arthur do Val e Monark também precisam ser reconhecidos pela desonestidade intelectual. Quem os defende precisa repensar maneiras de agir porque como é possível imputar qualquer bom senso a duas pessoas que erram absurdamente e depois tentam corrigir seus erros com respostas ainda mais idiotas?
E aí que chamo para o início deste texto. Está mais do que na hora de compreender que estes seres se alimentam de uma virtualidade impune e usam o jogo midiático para atrair cada vez mais atenção. Não duvido mesmo de que Monark e Arthur do Val tenham agido de forma deliberada para conseguir atenção. Vale tudo neste jogo de ser visível e no fundo eles sabem que cadeia mesmo nunca vão pegar e a honra do nome que se dane desde que a grana das monetizações entre.
Só que quem monetiza este povo é você, sou eu, somos nós e muito mais gente e é hora de colocar uma tampa neste esgoto. É hora de pensarmos bem o quanto repercutimos e quanto repassamos tais bobagens. Ser corresponsável nesta hora é tudo que não precisamos.  
 

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