O sol se apagou sobre o Império Britânico
Enquanto os clubes brasileiros se debatem na busca de apoio de dinheiro público para tentar se safar das dívidas acumuladas, ano após ano o futebol brasileiro continua sendo admirado no mundo inteiro pelos valores que produz. É claro que falo dos nossos atletas, daqueles que restringem suas qualidades ao gramado.
Os 3 a 1 de quinta-feira já mostram o caminho da recuperação e não fora essa mentalidade que agora explode em escândalos, mensalão, fichinha perto do da Petrobras, não estaríamos com essa mancha a enodoar pelo mundo o nome de nosso país. Bem, por isso, a grandeza do futebol brasileiro é feita no campo, não chega aos dirigentes, e é nos gramados que ela se mantém no pódio.
A surpresa da próxima fase do principal torneio de clubes do mundo será a ausência de representantes da Inglaterra com a defecção dos dois de Manchester, United e City, os dois de Londres, Chelsea e Arsenal, e ainda o time da terra dos Beatles, o Liverpool. Não sobrou nenhum e são os clubes que mais gastam no mundo. De todos os oito concorrentes e que estarão se enfrentando, a partir de 14 de abril, não há um só concorrente que não conte com um brasileiro a defendê-lo.
Agregue que muitos dos que não se classificaram também tinham brasileiros e não terá sido, muito ao contrário, pela presença dos mesmos que não estão nas esperadas quartas de final. Caso do Shakhtar Donetsk, o clube com mais brasileiros, mas que sofreu este ano com a situação terrível por que passa a Ucrânia e teve até que mudar sua sede de Donetsk, no leste do país, região de influência russa para a capital Kiev, e deixou muitos de seus atletas importados com a cabeça em frangalhos.
Pode se afirmar que a tabela das quartas de final da Liga dos Campeões da Europa será composta de clássicos entre as maiores equipes da Europa e, entre eles, cresce de interesse o cotejo entre Barcelona e Paris Saint-Germain. No clube de Paris está toda a zaga da seleção brasileira e no Barça, além de outros, simplesmente Neymar. Brasileiros adornando e valorizando com sua presença o maior torneio interclubes de todo o planeta.
E nós aqui buscando caminhos para reabilitar nossa seleção. Você sabe o por quê? Enquanto o brilho do futebol desses brasileiros dá o tom na reta de chegada da grande disputa europeia e no reencontro da seleção na categórica vitória diante da França no histórico estádio de Saint-Denis, no Brasil o político José Maria Marin dá seu nome ao edifício da CBF (Confederação Brasileira de Futebol). O que ele fez para merecer tamanha homenagem, você sabe?
Flávio Araújo é jornalista e radialista prudentino, escreve aos domingos neste espaço
