Combustível aumenta em até R$ 0,40 na região

REGIÃO - Mariane Gaspareto

Data 03/02/2015
Horário 00:04
 

O litro da gasolina aumentou até R$ 0,39 enquanto o do etanol chegou a receber acréscimo de R$ 0,40 na região de Presidente Prudente, conforme pesquisa realizada ontem por O Imparcialem dez postos de combustíveis. O governo federal havia anunciado no início de janeiro que a gasolina aumentaria em R$ 0,22 por litro e o diesel R$ 0,15 a partir de 1º de fevereiro, após aumento de tributos para reforçar a arrecadação. No entanto, segundo a Udop (União dos Produtores de Bioenergia), o etanol também subiu em 15 Estados do país, sendo a maior alta registrada de 2,13%. De acordo com o Sindetanol (Sindicato dos Trabalhadores na Indústria Química, Farmacêutica e Fabricação de Álcool, Etanol, Bioetanol e Biocombustível de Presidente Prudente e Região), a expectativa é de que o valor do álcool hidratado receba ainda um novo reajuste.

Jornal O Imparcial Para Pessoa, alta nos tributos foi "completamente absurda"

De acordo com o diretor do Sindetanol, Milton Sobral, o reajuste é uma forma encontrada pelos usineiros para recuperar seu prejuízo, "visto que eles alegam que custa mais caro produzir etanol do que o preço em que ele é comercializado, e por isso clamam por um aumento", pontua. No entanto, segundo o sindicalista, o acréscimo não deverá ser maior do que o da gasolina. "Mas não é nada oficial, é apenas uma expectativa", ressalta. De acordo com o presidente do Sincopetro (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo), José Alberto Paiva Gouveia, o aumento nos valores do álcool hidratado varia nas bombas por ser reajustado pelas usinas, e não pelo governo federal, como ocorre com a gasolina, e por conta disso a competitividade do combustível depende do preço oferecido.

Segundo o diretor do Sindetanol, muitos consumidores preferem gasolina mesmo com os preços mais baixos do etanol, até nos casos em que ele é mais vantajoso – quando seu preço é até 70% menor do que o da gasolina. "O problema é que eles pensam só no valor, mas esquecem que o álcool é um produto nosso, renovável, menos poluente, cuja produção gera muitos empregos . As pessoas pensam só no bolso, não no impacto no setor", afirma.

 

Proposta

O valor da gasolina poderá receber nova influência, conforme informações da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores). Em reunião realizada ontem, Brasília (DF), entre o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e membros de outros ministérios, da Anfavea e do setor sucroalcooleiro, ficou foi elaborada uma proposta conjunta para a elevação do teor de etanol na gasolina. A pretensão é de que a partir de 16 de fevereiro, a gasolina comum contenha 27% de etanol, o que depende ainda da decisão da Presidência. Atualmente, o percentual de álcool anidro misturado à gasolina é de 25%, e a proposta anterior de um projeto de lei sancionado em setembro passado – cuja viabilidade técnica ainda não foi comprovada - era de 27,5%.

 

Consumidores

Para a empregada doméstica Ariane Lopes, 26, o aumento "incomodou o bolso do consumidor", apesar de não tê-lo pego de surpresa. "Meu carro é só gasolina, então terei que lidar com os valores altos", afirma. O autônomo Kenni dos Santos Pessoa, 32, conta que buscou uma forma de fugir dos preços abusivos. "Comprei uma moto para economizar, pois ela consome menos gasolina". No entanto, por ter quebrado a perna, acabou dependendo da carona de familiares, entre eles, Helton Pessoa, 34, o qual acredita que o aumento nos tributos foi "completamente absurdo". A auxiliar de laboratório, Ludmila dos Santos, 29, acrescenta que "não foi só a gasolina que subiu". "Mas a energia, o preço dos produtos, enquanto o nosso salário aumentou muito pouco". Com os novos tributos anunciados neste ano, ela define a situação do consumidor como "complicada".
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