Covid-19: plano de contingência visa desafogar hospitais privados

Acordo entre MPE e operadoras de plano de saúde foi firmado ontem; situação foi impulsionada após lotação de hospitais

PRUDENTE - THIAGO MORELLO

Data 10/12/2020
Horário 18:39
Foto: Arquivo
Jurandir: “Esperava a criação de mais vagas, notadamente em UTIs”
Jurandir: “Esperava a criação de mais vagas, notadamente em UTIs”

O avanço da Covid-19 em Presidente Prudente fez com que os três hospitais privados do município chegassem em sua lotação máxima. Com isso, e conforme noticiado por este diário, o MPE (Mistério Público Estadual) recomendou que se um plano de contingência não fosse feito com as operadoras de plano de saúde, a saúde municipal poderia entrar em colapso em questão de dias. Sendo assim, na tarde de ontem, uma reunião realiza entre as partes definiu uma estratégia que visa desafogar e não mais sobrecarregar as unidades privadas.
Os três hospitais em questão são o Hospital Iamada, Hospital e Maternidade Nossa Senhora das Graças e Santa Casa de Misericórdia. Como mencionado por este diário na edição de quarta-feira, no domingo, as unidades de saúde chegaram ao limite de suas ocupações, no que tange ao tratamento de pacientes infectados pela Covid-19.
À reportagem, o promotor Jurandir José dos Santos reportou que mais 14 leitos clínicos serão ativados até o início de janeiro na Santa Casa. Já no Hospital Iamada, seis novos serão implantados ainda na próxima semana. O custeio para a ampliação nos dois locais será discutido com as operadoras dos planos de saúde. E, por fim, o Hospital Nossa Senhora das Graças não sofrerá mudanças, mas por limitações físicas.
Ainda segundo Jurandir, também ficou a cargo das operadoras auxiliar na compra de EPIs (equipamentos de proteção individual), bem como no pagamento de mais profissionais que sejam necessários, aumentar os atendimentos nos seus ambulatórios, inclusive aos finais de semana.
O promotor frisa que “esperava a criação de mais vagas, notadamente em UTIs” (Unidade de Terapia Intensiva), mas entende que os hospitais particulares têm limitação de espaço, e novas UTIs implicam em contratar e treinar colaboradores, aquisição de materiais, o que demanda tempo e custo. “Os hospitais da região têm vagas em UTIs”, complementa.

Motivo da recomendação

Na quarta-feira, a Promotoria recomendou que algo fosse feito, pois, além das lotações, um paciente não teria encontrado vagas em hospitais particulares de município. Entre as alternativas apresentadas, estava o encaminhamento para Rancharia ou, então, para uma das UPAs (Unidades de Pronto-Atendimento) de Prudente, sendo depois ressarcido pelo plano de saúde.
Na ocasião, o órgão ministerial entendeu que se até mesmo os pacientes da rede privada começarem a ocupar vagas em unidades do SUS (Sistema Único de Saúde), o sistema público poderia entrar em colapso em poucos dias.

SAIBA MAIS
De modo geral, a ocupação de leitos do DRS-11 (Departamento Regional de Saúde), na quarta-feira, era de 66,7% nas UTIs e 65,8% nas enfermarias. Até a última atualização de ontem, o número referente aos leitos de terapia intensiva permaneceu da mesma forma (66,7%), no entanto, os de enfermaria subiu para 67,1%. A Secretaria de Estado da Saúde sempre frisa que esse número muda muito de um dia para o outro, ou até mesmo no mesmo dia.

DEFINIÇÕES
- Santa Casa ativará 14 novos leitos clínicos até janeiro;
- Hospital Iamada implantará seis novos na próxima semana;
- Hospital Hospital Nossa Senhora das Graças não sofrerá mudanças, por limitações físicas;
- Operadoras de planos de saúde irão auxiliar na compra de EPIs, bem como no pagamento de mais profissionais que sejam necessários e aumentar os atendimentos nos seus ambulatórios, inclusive aos finais de semana.

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