Covid-19 tira a vida de nadadora de 14 anos

Mariana Franklin Ferreira Silva é mais uma vítima desta terrível doença que assola o mundo inteiro; dor, tristeza, lembranças e saudades é o que resta aos familiares que sequer podem se despedir

Esportes - OSLAINE SILVA

Data 19/12/2020
Horário 23:57
Cedida - nosso anjo foi no tempo de Deus. Graças a Ele ela teve a oportunidade de ser atendida, de poder se recuperar, mas ela precisava ir com Ele. É isso que preferimos pensar”, diz a tia Erica
Cedida - nosso anjo foi no tempo de Deus. Graças a Ele ela teve a oportunidade de ser atendida, de poder se recuperar, mas ela precisava ir com Ele. É isso que preferimos pensar”, diz a tia Erica

É com dor na alma que infelizmente publicamos esta triste notícia! Esta editoria que geralmente brinca com as palavras, e que tenta por meio delas fazer arrepiar quem ama o esporte, neste momento não consegue outra colocação, após ouvir a voz embargada pelo choro do técnico do Colégio Criarte/Pruden-Aço/Apan/Semepp de Presidente PrudenteElvancir Pereira do Nascimento, o Pepe, que não seja de pesar, de angústia, de tristeza pela morte de uma de suas atletas, Mariana Franklin Ferreira Silva, de apenas 14 anos, mais uma vítima desta terrível doença, Covid-19.

Segundo a engenheira de dados, sua tia paterna, Erica Bernardes da Silva Chilaule Langa, 41 anos, que é mãe do também nadador João Leonardo Silva Campos, 14, sua doce sobrinha voltou a brilhar no céu, na tarde deste sábado. Seu corpo está no HR (Hospital Regional) Dr. Domingos Leonardo Cerávolo, de onde sairá, às 10h deste domingo, diretamente para o Cemitério Municipal São João Batista.

Exatamente isso. Seus pais, Shirley Christiane Ferreira Araujo e Wellington Franklin da Silva, e demais familiares, os amigos não podem se despedir dela. Seus pais a viram pela última vez, ontem! Dá para imaginar eles sabendo onde sua menina está e não poderem chegar perto dela?

Mariana ainda fez o que amava, que era nadar, na semana passada, de 9 a 13, competindo com os amigos no Campeonato Nacional de Natação, no Parque Aquático do Complexo Rebouças, em Santos. Esta semana eles foram para Bauru, mas Mariana não conseguiu!

 

Dolorosa via sacra com a amada filha

Erica explica que o processo de adoecimento de Mariana iniciou no mês passado quando ela começou a ter alguns sintomas leves como dores de cabeça e no corpo. A mãe a levou ao médico e ela testou positivo para a Covid-19. Sem grandes complicações cumpriu todo período de quarentena. O médico deu alta e orientou que seguisse sua rotina normalmente, e assim ela retornou às atividades cotidianas. Até que no sábado, dia 12, após voltar de viagem, Mariana disse que não se sentia muito bem e estava com febre. No domingo (13), de manhã, a mãe a levou ao médico que disse que a nadadora estava com a garganta inflamada. E que mais dois, três dias de febre seria normal por conta das amígdalas estarem inflamadas. Mas ai, segunda-feira (14) e a febre não passava. Na terça (15), na quarta (16) a mãe voltou com Mariana ao hospital e o diagnóstico permanecia: amígdalas, garganta inflamada. A jovem começou a ter náuseas, e o médico disse que precisava esperar a medicação agir.

Ela começou a ter náuseas, vomitava muito. E na quinta no final da tarde a mãe levou-a de volta ao HR, primeiro hospital que já havia ido, depois foi à Santa Casa... Mariana já chegou com a saturação baixa e foi na hora colocada no oxigênio. Fez alguns exames, o pulmão já estava bastante ruim, então a levaram para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva), mas o quadro embora considerado grave, segundo a médica era estável. Quando foi ontem (18) ela foi intubada e hoje pela manhã teve duas paradas cardiorrespiratórias, sendo que na segunda, não resistiu.

 

Coração de mãe, de tia sangra com a dor da perda

Erica diz que Mariana “é” como se fosse sua filha. É algo tão especial que dois dias depois de João Leonardo nascer (2 de junho), Mariana veio ao mundo (4 de junho). “A relação dela com meu filho é muito grande. Eles são como irmãos mesmo. Estou extremamente preocupada com ele. Uma coisa que preciso ressaltar é o quanto o negativismo da doença é real entre os próprios profissionais da saúde. A forma como conduzem é muito falha. Não foi falta de buscar por atendimento médico. Sabemos que é uma doença ainda desconhecida, que o caso dela, levantada a hipótese de ser uma reinfecção possa ser fora do padrão, mas os médicos precisam estar mais atentos a isso. Precisa haver mais atenção nos protocolos de atendimento. Mas é só uma observação, pensamos que nosso anjo foi no tempo de Deus. Graças a Ele ela teve a oportunidade de ser atendida, de poder se recuperar, mas ela precisava ir com Ele. É isso que preferimos pensar”, expõe a tia tomada pela emoção!

 

Mariana e seu irmão!

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