Detidos em operação prestam depoimento na CPJ de Venceslau

REGIÃO - Bruno Saia

Data 04/06/2016
Horário 09:37
 

Dois homens presos em Cuiabá (MT), na quinta-feira, e mais um, que foi detido em Aparecida de Goiânia (GO), chegaram na manhã de ontem, por volta das 7h, na CPJ (Central de Polícia Judiciária), em Presidente Venceslau, e tiveram os depoimentos colhidos pelo delegado Everson Contelli, que preside o inquérito policial que motivou a Operação Sanctorum. A ação foi deflagrada na quinta-feira, com a intenção de desmantelar um grupo criminoso que teria desviado aproximadamente R$ 20 milhões em verbas de santas casas, somente no interior paulista, incluindo a unidade em Venceslau.

Jornal O Imparcial Presos chegaram à CPJ ontem, onde prestaram depoimento

O último interrogatório foi concluído por volta das 15h de ontem e o teor das conversas é mantido em sigilo, pois os depoimentos foram dados em Juízo. "Eles continuam presos até a meia-noite de segunda-feira e até lá iremos analisar a possibilidade de pedir a prorrogação por mais cinco dias", explica Contelli.

Diversos documentos foram apreendidos durante a ação policial, entre eles, duas cópias de folhas de cheque, na casa de um dos suspeitos, em Cuiabá (MT), cujos valores somados são de R$ 296.521,74 e teriam sido emitidos pela Irmandade Santa Casa de Presidente Venceslau, nominalmente, ao suspeito detido e mencionando também uma suposta empresa fantasma utilizada no esquema. Existe a suspeita de que o pagamento tenha sido feito para a compra de remédios, que não teriam sido entregues ao hospital.

Ainda segundo informações do delegado, foram cumpridos, no total, 15 mandados, dos quais dez de busca e apreensão, cinco de prisão temporária e também uma medida que levou ao afastamento do provedor da santa casa de Venceslau, Antonio José Aldrighi dos Santos, que também teve documentos apreendidos em sua residência. "Agora vamos passar o fim de semana analisando as informações coletadas, em razão da grande quantidade de material", completa o delegado.

 

Organização criminosa


Segundo reportagem publicada ontem por O Imparcial, os três meses de investigações revelaram que a organização criminosa que superfaturou notas fiscais no interior do Estado é operada pelos mesmos líderes que operaram a máfia das ambulâncias, denominados de sanguessugas. Os líderes da organização foram presos em Cuiabá (MT) pela Polícia Civil paulista e outras prisões ocorreram em Presidente Prudente e também em Aparecida de Goiânia (GO). Ainda foram realizadas diligências por policiais civis em Carapicuíba (SP) e Goiânia (GO), sedes das empresas que seriam "fantasmas" e registradas em nome de "laranjas".

O Departamento de Relações Públicas da santa casa informa que, até o momento, não tem nada a declarar sobre a operação e aguarda um posicionamento do Conselho Fiscal da unidade para se manifestar sobre as investigações e sobre o afastamento do provedor. Antonio José Aldrighi disse que, por enquanto, prefere não se manifestar sobre o caso.
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