E, agora, para onde vão as aves da Praça Monsenhor Sarrion?

EDITORIAL -

Data 18/05/2019
Horário 04:00

Ainda há perguntas que não querem calar. Os pombos que usam de poleiro as árvores da Praça Monsenhor Sarrion, em Presidente Prudente, se dispersarão daquele local que abriga a Catedral de São Sebastião? Se sim, para onde irão? As aves são as vilãs ou vítimas desta história toda? Não é novidade que a sujeira que elas causam no espaço público tem incomodado quem passa por lá. Cheira a galinheiro. Chão, bancos e pontos de ônibus ficam tomados de excrementos.

No fim do dia, horário em que estes animais buscam seu recolhimento é ainda mais intensa a presença deles nas plantas, fiação e sobre as estruturas no ambiente. Nesta época do ano, o problema é maior, por conta da revoada das andorinhas, que migram do hemisfério norte para o sul, para fugirem da corrente de frio, e fazem pernoite no local.

Quem pensa que o problema está restrito à Monsenhor Sarrion está enganado. Árvores de médio e grande porte, com galhos finos, na Praça Nove de Julho e no calçadão da Rua Tenente Nicolau Maffei, também propiciam o aparecimento das aves. As fezes no solo e bancos denotam esta realidade. A maior parte delas, segundo levantamento da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, trata-se da espécie nativa margozinha, com predominância na área rural, mas que tem buscado abrigo e alimento nas cidades.

Os pombos-domésticos, que foram introduzidos no país pelos portugueses e serviam de pombo-correio, mesmo em menor quantidade, também é uma espécie presente e “mais amistosa”, que transita tranquilamente entre a população.

Nesta semana, a Semea promoveu a poda das árvores na praça com vistas a dispersar os pombos a outras regiões. Também, em tempos anteriores, já tentou outros métodos, como o uso de sonorizadores para espantá-los. Nada efetivamente funcionou.

Placas na Nove de Julho, ainda que quase ilegíveis, alertam para não alimentar os pombos e também sobre a possibilidade de doenças ao ser humano, como criptococose, ornitose, alergias, histoplasmose, dermatites e salmonelose. Tem até lei, a Municipal 8.578/2014, que proíbe o ato em espaços como calçadas, praças, prédios e outros de acesso público da zona urbana, sob pena de multa de 150 UFMs (Unidades Fiscais do Município). Agora, a torcida é que as aves pulverizem a escolha de sua morada, para que o problema da praça não seja estendido a um novo local. O cenário merece atenção e acompanhamento. Aliás, é risco à saúde pública.

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