Educação em Prudente levará até 3 anos para recuperar perdas da pandemia 

“Vai depender de programas específicos, que já são pensados e até mesmo executados, de recuperação da aprendizagem, pois no ensino remoto o aluno deixa de aprender muita coisa”, diz titular da Seduc

PRUDENTE - GABRIEL BUOSI

Data 16/05/2021
Horário 08:23
Foto: Arquivo 
Implementação e execução de políticas públicas são cruciais para minimizar impactos na educação
Implementação e execução de políticas públicas são cruciais para minimizar impactos na educação

A defasagem na educação é uma das consequências causadas pela pandemia da Covid-19, que diariamente traz novos desafios a profissionais e estudantes envolvidos nesse constante processo de se adequar, e reinventar, diante das adversidades. Para a secretária de Educação de Presidente Prudente, Sonaira Fortunato Pereira., o tempo aproximado para que os estudantes recuperem o déficit educacional do período deverá ser de dois a três anos, a depender das políticas públicas que forem implantadas e executadas durante essa fase. 
“Isso tudo vai depender de programas específicos, que já são pensados e até mesmo executados, de recuperação da aprendizagem, já que no ensino remoto o aluno deixa de aprender muita coisa”, aponta a titular da pasta. Ainda de acordo com Sonaira, o que deve ser levado em conta neste momento é a desigualdade existente entre as famílias, especialmente famílias de alunos de escolas particulares e públicas, o que traz uma preocupação de que a recuperação da aprendizagem nos próximos meses não seja igual para todos. 
“As crianças de uma escola particular acabam aprendendo por meios diversos, o que na rede pública não ocorre, especialmente pela falta de infraestrutura tecnológica. O ensino remoto veio para mostrar ainda mais essa desigualdade e apresentar essas diferenças”. A secretária aponta ainda que essa é uma questão nacional, e não apenas regional, e ressalta que, por isso, o país e a educação pública não estavam preparados para esta situação. “E, com isso, a pandemia veio mostrar o benefício das tecnologias na educação. Fico triste, pois, a meu ver, não seria necessário esperar um momento como esse para que as rotinas das escolas fossem readequadas. Isso já deveria ser uma realidade”. 

"Gestão de crise"

Sonaira acredita que as crianças dos anos iniciais e que passam pelo ensino público municipal são hoje as principais prejudicadas, uma vez que não possuem autonomia para exercer essa educação remota, além do fato de que as escolas não preparam os pequenos para esse tipo de independência educacional. “Os alunos maiores, mesmo com suas dificuldades, se adaptam mais nesse meio tecnológico, o que traz um diferencial para eles”. 
Diante disso, a principal política que deverá ser elaborada em todo o país será o programa de reforço e que retome todo o conteúdo que foi perdido ao longo desse período e que trouxe desafios, também, aos profissionais da educação. “As necessidades de alunos e professores serão e já são outras. Será, de fato, uma gestão de crise para que se pense em mudanças até mesmo na formação desses profissionais, para que eles consigam iniciar esse trabalho de minimizar impactos”. O papel da família não deixa de ser mencionado, já que a educação deve ser compartilhada dentro de casa. 

Foto: Cedida

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