Eliezer Pereira do Lago: “Administração pública foi uma grande experiência”

Filho do ex-prefeito professor Ditão, também seria candidato aos 31 anos, mas desistiu de concorrer no dia da convenção

PRUDENTE - DA REDAÇÃO

Data 23/08/2020
Horário 04:17
Sinomar Calmona: Eliezer Pereira do Lago diz que Paulo Constantino aconselhou: ”Larga mão de política, segue sua vida, você tem grande potencial empresarial”
Sinomar Calmona: Eliezer Pereira do Lago diz que Paulo Constantino aconselhou: ”Larga mão de política, segue sua vida, você tem grande potencial empresarial”

Tido como o “Menino de Ouro” da segunda gestão do ex-prefeito Paulo Constantino (1989 a 1992), por sua atuação dinâmica na Secretaria da Habitação e Chefia de Gabinete, Eliezer Pereira do Lago era nome certo para a sucessão, mas desistiu de ser candidato no dia da convenção e saiu da vida pública para dedicar-se à iniciativa privada.

Montou uma indústria de calçados e outras empresas, uma delas na área ambiental, quando pouca gente se preocupava com isso. Foi pioneiro em São Paulo na montagem de aterros particulares para resíduos sólidos da construção civil e aterro classe II. “Por sermos pioneiros, ocupamos espaço e tivemos sucesso, hoje com atuação em São Paulo e em vários outros estados”.

Hoje com 58 anos, Eliezer passou por Presidente Prudente no último final de semana, e concedeu uma entrevista para contar sua história.

Contou que começou a trabalhar com 18 anos, no senso do IBGE. Depois foi para Sabesp, onde atuou cinco anos, quatro deles em São José dos Campos . Ao final desse período, saiu da Sabesp para realizar o sonho de ter um negócio próprio, e montou uma construtora, em sociedade com os engenheiros Paca e Sergio Mele.

“Foi uma época muito boa, nossa construtora fazia obras em todo Brasil para a Andorinha, e para a Caiado Pneus”, lembrou, citando grande apoio que recebeu de empresários  como Alberico Marques Caiado, e da Andorinha, José Lemes, Dimas José da Silva, Antero Moreira, Paulo Constantino e Nestor. A construtora também fez muitas obras para a Cia. Paulista de Petróledo, e casas no então recém lançado condomínio João Paulo II, com o apoio de Anwar Dahma. “O Anwar nos cedia os terrenos, construíamos as casas, vendíamos e depois pagávamos. O pessoal antigo nos dava muito apoio”, reconheceu.

Quando Paulo Constantino reelegeu-se prefeito, em 1988, convidou Eliezer para fazer parte da administração.  Foi pouco depois da morte do pai de Eliezer, Benedito Aparecido Pereira do Lago, que havia sido vice prefeito de Constantino e exerceu 2 anos na prorrogação. “Eles eram muito amigos”.

Eliezer foi encarregado por Constantino assumir a Chefia de Gabinete e a Secretaria da Habitação, para realizar o maior compromisso do governo que era construir 25 mil casas e lotes urbanizados em Presidente Prudente. “Tivemos sucesso. No primeiro governo Paulo fez a Cohab e Cecap e conseguiu resolver o problema do Jardim Bongiovani. No segundo, que eu participei, entregamos os bairros Ana Jacinta, Mário Amato e Brasil Novo, além dos lotes urbanizados – um projeto de urbanização de favelas que foi muito interessante. Prudente na época tinha muitas favelas. Praticamente eliminamos todas elas”, pontuou.

“Expectativa do Paulo era entregar mais casas, e eu ia muito a Brasília, em busca de recursos, era o governo do Collor e contávamos muito com ajuda do deputado Jorge Maluly Neto e do Euclides de Mello – primo do presidente. Os dois ajudavam muito Prudente. Quando surgiu o Plano Pai, Prudente foi a segunda cidade preparada para assinar, assim surgiram o Brasil Novo, Ana Jacinta e  Mário Amato, e os projetos de lotes urbanizados, que dava o terreno e ajudava as pessoas a construírem suas casas.

Era o tamanho de uma Álvares Machado o que fizemos de casas populares e lotes urbanizados em Presidente Prudente”.

Fora da política

No último ano do segundo mandato do governo Paulo Constantino, era então dada como certa a candidatura de Eliezer Pereira do Lago para sucessão. Seu nome foi indicado então, e para surpresa de todos, retirado no dia da convenção. Aos 31 anos seria o mais jovem candidato a Prefeito de Presidente Prudente.

 “Não faltou apoio de Paulo Constantino. Ele deu todas condições, mas não conseguimos viabilizar as forças políticas para minha candidatura. Houve uma série de imposições partidárias que eu não aceitei, e retirei meu nome”.

Diz que ficou decepcionado, mas há males que vem para bem. Reconhece foi a melhor coisa que podia ter lhe acontecido, pois assim largou a política e tomou outro rumo na vida.

Eliezer não esquece os conselhos de Paulo Constantino que o chamou para conversar logo após a convenção: ”Larga mão de política, segue sua vida, você tem grande potencial empresarial”.

“Graças a Deus eu fiz isso, me dediquei aos  meus negócios e tenho sido feliz. Foi uma lição boa, não guardo mágoa, foi tudo um aprendizado”, concluiu.

Sobre o pai

Ao falar do pai, Eliezer ficou com lágrimas nos olhos, e lembrou do grande homem que foi Benedito Aparecido Pereira do Lago.

“Foi um pai maravilhoso, pessoa que só deixou coisas boas. Veio de Mococa como recém formado professor e advogado. Mas adorava ser professor . Passou por Presidente Venceslau, Álvares Machado e radicou-se em Presidente Prudente. Naquela época, dizia que tinha muito orgulho de ser um Professor. Os profissionais eram respeitados e valorizados, ganhavam igual Juiz. Ele gostava de ser chamado de Ditão. Também se tornou advogado muito popular na cidade. Era uma pessoa com facilidade muito grande para fazer verdadeiros amigos. Era muito querido.”

Eliezer viu o pai se eleger vice prefeito de Presidente Prudente, por duas vezes. Primeiro com Antonio Sandoval Neto, e depois com Paulo Constantino, com quem virou  Prefeito por dois anos, na prorrogação do mandato. “Seu nome faz parte da história de Presidente Prudente, isso nos orgulha!”

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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