Em Prudente, trabalho de nebulização ambiental contra dengue está interrompido por falta de insumo 

Prefeitura indica que depende do recebimento do inseticida pelos governos estadual e federal para continuar com ação; Secretaria Estadual de Saúde e Ministério da Saúde se posicionam

PRUDENTE - CAIO GERVAZONI

Data 21/04/2023
Horário 04:00
Foto: Secom/Prudente
Iniciado no começo de abril, na Cecap e na Cohab, serviço de nebulização ambiental está interrompido 
Iniciado no começo de abril, na Cecap e na Cohab, serviço de nebulização ambiental está interrompido 

Com mais de 11 mil casos e 14 mortes confirmadas em 2023, a dengue continua impetuosa em Presidente Prudente. Dentre as diversas ações para combater o avanço da transmissão da doença pelo mosquito Aedes aegypti, a Prefeitura comunicou a O Imparcial que o trabalho de nebulização ambiental, onde um veículo circula espalhando inseticida nas residências, depende do recebimento do produto, que, no momento, está em falta. Apenas a Cohab e Cecap foram atendidas pelo trabalho, o qual o insumo é enviado pelos governos estadual e federal. 
Segundo a Prefeitura, não há previsão de novas remessas do inseticida para o serviço de nebulização ambiental e, por isso, não é possível informar quando haverá novas ações neste sentido. No entanto, o município indica que segue com o trabalho de nebulização costal, aquele em que o próprio agente da VEM (Vigilância Epidemiológica Municipal) entra na residência para aplicar o inseticida. Na semana passada, os agentes percorreram a área 3 do plano de ação de combate à dengue, em torno do Jardim Paulistano
A administração de Prudente ressalta que os trabalhos de nebulização são complementares, sendo primordial que cada pessoa elimine de sua residência potenciais criadouros do mosquito transmissor da dengue. Segundo a Prefeitura, esta é a medida mais importante no enfrentamento da doença

Governo estadual

Por meio da SES (Secretaria de Estado da Saúde), o Governo do Estado de São Paulo informou que recebeu, na última sexta-feira, 10 mil litros de inseticida para distribuição aos municípios a partir desta semana. A SES reforça que a responsabilidade do fornecimento de inseticidas é do Ministério da Saúde. O processo de aquisição ocorre diante do atraso no repasse pela pasta da Saúde ao Estado, durante os primeiros meses deste ano. A pasta informa também que os GVEs (Grupos de Vigilância Epidemiológica) estaduais mantêm a realização da nebulização com equipamentos acoplados a viaturas, de acordo com o monitoramento da situação epidemiológica do município e disponibilidade de inseticida. Além disso, a SES presta assistência aos governos municipais, responsáveis pela realização do serviço.  

Aquisição do inseticida

No início deste ano, a pasta estadual abriu um processo para aquisição de 15 mil litros de inseticidas para os meses de março, abril e maio, período de maior incidência das doenças relacionadas ao inseto, que transmite dengue, chikungunya e zika. O quantitativo de 5 mil litros do inseticida já foi distribuído aos municípios, seguindo critérios técnicos. Para a região de Presidente Prudente, foram enviados 500 litros do produto. A secretaria monitora diariamente a distribuição e consumo pelos municípios, realizando o remanejamento entre as regiões quando necessário.  

Governo federal

Em nota encaminhada a este periódico, o Governo Federal, por meio do Ministério da Saúde, informa que todos os Estados do país estão abastecidos com três tipos diferentes de inseticidas para o controle do Aedes aegypti. Até o fim de abril, um quarto inseticida, cuja aquisição começou em 2021, será distribuído aos Estados: imidacloprida + praletrina, conhecido como fumacê.   
Diante do alerta de aumento de casos no país, o Ministério da Saúde instalou, no dia 15 de março, o COE Arboviroses (Centro de Operações de Emergências) para atuar no controle e redução de casos graves de dengue e outras doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. Já foram enviadas equipes de vigilância epidemiológica do Ministério da Saúde e insumos, como 95 mil kits de diagnóstico, para cinco Estados brasileiros. 

O Governo Federal indica que nenhuma medida de combate à dengue e chikungunya é eficaz isoladamente. As atividades de controle vetorial precisam ser desenvolvidas de forma integrada, que inclui a eliminação de possíveis criadouros (água parada); tratamento com larvicidas nos criadouros que não possam ser eliminados e apoio aos Estados e municípios para orientações junto à população sobre cuidados preventivos relativos às arboviroses.  

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