Dados divulgados pela instituição financeira Desenvolve SP - Agência de Desenvolvimento Paulista - dão conta de que os pequenos e médios empresários da indústria da região de Presidente Prudente investiram R$ 3,9 milhões em expansão e modernização no primeiro semestre deste ano. O valor, segundo a agência, é 230% superior à quantia aplicada no mesmo período do ano passado, ou seja, de R$ 1,1 milhão, e representa 22% dos R$ 17,4 milhões já financiados desde 2009, início das operações da instituição.
Para o conselheiro do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), Fernando Rodrigues Carballal, o volume adquirido com a agência pode ter sido superior ao do último ano porque a instituição se fez mais conhecida entre os empresários. Lembra de uma ação no final do ano promovida pelo Ciesp, em que a Desenvolve SP demonstrou seus serviços, informando como podia auxiliar nos setores produtivos industriais e também comerciais. "Isso acabou alavancando a procura pela agência. Muitos saíram de instituições financeiras tradicionais, como o BNDES e migraram para a Desenvolve que faz um acompanhamento com o investidor, assessorado-o, transmitindo segurança ao processo", declara.
Independentemente da fonte de aquisição de recursos, o fato é que houve o aumento na cifra investida. Carballal explica o fato dizendo que, apesar da falta de otimismo por parte do empresariado para o segundo semestre e também para o ano que vem, algumas melhorias são inadiáveis para as indústrias. "Incremento do parque industrial, aquisição de novas tecnologias, expansão da frota de veículos. Passos como estes precisam ocorrer para que a unidade não fique para trás", completa.
Contraponto
Se por um lado, o setor industrial tem investido em expansão, por outro, o Sebrae aponta um desaceleramento por parte das micro e pequenas empresas nos demais setores. Segundo Eduardo Noronha Viana, gerente regional do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), os empresários que a entidade tem contatado na região mostram-se "muito cautelosos" em relação a novos investimentos, quer sejam eles para melhorias no ponto comercial ou para a aquisição de equipamentos. "A captação de recursos no mercado financeiro está cada dia mais difícil. Além do mais, há uma redução bastante drástica na questão do faturamento destas empresas. Há uma percepção clara de que a cada dia está diminuindo as vendas ou recursos obtidos por elas, com queda acentuada a partir de maio. No comércio mesmo podemos notar que as saídas nas datas comemorativas, como Dia das Mães e Dia dos Namorados, foram aquém do esperado e menores do que as registradas no ano anterior", aponta.
Para os próximos meses, a expectativa não é das melhores, por conta de "vários fatores negativos" motivados pela economia no país. Cita o PIB (Produto Interno Bruto) que, conforme fala, deve ficar abaixo de 1%, inflação alta, bancos diminuindo a inserção de recursos no mercado e também o aumento na taxa de juros. "Tudo isso acaba retraindo as negociações, pois se uma empresa não dispõe de verba para investir em mercadorias, acaba diminuindo as vendas. Isso pode acabar por refletir até mesmo na indústria, porque se a base não gira, automaticamente, ela terá que reduzir produção", comenta.
Para Viana, "a não ser que surja um fato novo no próximo trimestre" que altere o cenário, o melhor que o empresário tem a fazer é agir com cautela. "Não tem para onde fugir. As projeções não são boas para o mercado este ano. A perspectiva de crescimento é negativa", conclui.
SERVIÇO
DESENVOLVE SP
Como descreve a Assessoria de Imprensa, a Desenvolve SP financia empresas com faturamento anual a partir de R$ 360 mil com taxas de juros a partir de 0,41% ao mês (+IPC/Fipe) e prazos que chegam até 10 anos. Interessados podem entrar no site da instituição www.desenvolvesp.com.br e solicitar o financiamento diretamente no portal.
