Ao participar pela terceira vez da Conferência Veterinária do Sul da Europa (SEVC 2022) com estudos científicos produzidos no Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Ciência Animal da Unoeste, Silvia Franco Andrade retorna de Sevilha, na Espanha, trazendo 1º lugar do Prêmio Incentivo a Veterinários Jovens. Na categoria pôster, dentre os 100 estudos aceitos e apresentados, esteve o da médica veterinária Giovana José Garcia Estanho, orientado em seu mestrado pela pesquisadora referência na área da oftalmologia veterinária.
A conferência foi realizada de 20 a 22 deste mês em Sevilha, organizada pela Avepa (Associação de Veterinários Espanhóis de Pequenos Animais), apoiada pela NAVC (Comunidade Veterinária da América do Norte). Na condição de maior evento europeu deste segmento, o SEVC é voltado para apresentação e compartilhamento de novos conhecimentos científicos e tecnológicos, envolvendo pesquisadores de vários países; formação continuada em busca do mais alto desempenho no atendimento aos animais de companhia; e exposição dos mais recentes produtos, serviços e equipamentos.
“Comparação do Tacrolimus 0.03% tópico e plasma rico em plaqueta homólogo injetável no tratamento de ceratoconjuntivite seca em cães” é o título do estudo apresentado, na condição de único pôster da América Latina. Na pesquisa foi feita comparação do uso deste colírio injetável em cães com a doença do olho seco, em três grupos: o negativo, tacrolimus e o plasma rico em plaqueta homólogo, levando em consideração o número de aplicações.
Terapia celular regenerativa
Mediante a metodologia escolhida e das técnicas utilizadas no estudo, a conclusão foi a de que o uso injetável do plasma rico em plaqueta homólogo, que necessita em média de 2 a 3 aplicações mensais, é seguro e exequível em nível ambulatorial; financeiramente mais viável que o tacrolimus e pode ser utilizado como terapia alternativa mais acessível ou sugerida como adjuvante ao tratamento convencional com imunossupressores tópicos.
O olho seco, como é mais conhecida a ceratoconjuntivite, é uma doença prevalente em cães, que causa a baixa produção de lágrimas e, com isso, resseca a superfície ocular. Em caso de não tratamento, pode resultar em cegueira permanente. Pode ocorrer em apenas um ou nos dois olhos. Indicada ao “Oscar” do segmento, o Prêmio Veterinário do Ano Vetnil Anclipeva Brasil 2020, a Sílvia está pesquisando agora a terapia celular regenerativa (plasma rico em plaquetas e células tronco) para o tratamento do olho seco.
Dois prêmios em menos de 1 ano
A pesquisadora explica tratar-se de doença imumediada sem cura e que, em razão disso, é preciso ter uma terapia melhor; o que pode ser, inclusive, alternativa também para essa enfermidade em humanos, que é muito parecida. O atual prêmio é o segundo em menos de 1 para estudos científicos orientados pela Dra. Silvia. O outro foi em novembro do ano passado, no 17º CBOV (Congresso Brasileiro de Oftalmologistas Veterinários). No evento realizado em Foz do Iguaçu/PR, ficou em 1º lugar o pôster originário da pesquisa da médica veterinária Cláudia Lizandra Ricci, durante o seu doutorado.
Natural de Araçatuba, onde mora, Giovana fez o ensino médio no Unicolégio (sistema Anglo) e na Escola Estadual Professora Nilce Maia Souto Melo. Antes de ingressar na Unoeste, no 5º termo do curso de Medicina Veterinária, passou por duas outras instituições de ensino superior. Na Unoeste, formou-se em 2016. Em seguida fez o aprimoramento profissional em clínica médica de pequenos animais, no Hospital Veterinário da própria universidade, onde teve como preceptora da Dra. Silvia. Ao mesmo tempo fez na Unoeste a especialização em Clínica e Cirurgia de Pequenos Animais.
Realização pessoal e profissional
Em 2019 ingressou no Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Ciência Animal e fez o mestrado com a orientação da Silvia. Giovana conta que juntou a sua paixão pela área de oftalmologia veterinária com a admiração pela expertise da orientadora. “O estudo foi sobre a nova terapia do plasma rico em plaquetas comparado ao tratamento convencional da ceratoconjuntivite seca, que é a base de tacrolimus”, diz em referência à importância da temática que resultou na premiação internacional. “O prêmio que nós recebemos é uma felicidade e realização pessoal e profissional imensa”, afirma.
Conforme Giovana, a conquista do prêmio serve de incentivo para os estudantes interessados em pesquisa e enaltece o trabalho dos professores pesquisadores da Unoeste, com destaque à Silvia. “Tenho o maior orgulho do mundo de ter sido orientado por ela. Estou muito feliz pela conquista que nós tivemos”, comenta e cita outras importantes professoras pesquisadoras envolvidas no processo: Cecília Laposy Santarém e Giselle Alborguetti Nai; e também agradece a equipe de estudos em oftalmologia veterinária, que envolve estudantes da graduação e da pós-graduação; além dos professores.
