Festival une fãs de diferentes gerações em Prudente

Com ingressos esgotados, noite de abertura do evento foi marcada por público dentro e fora do Sesc, onde Os Paralamas do Sucesso apresentaram repertório

VARIEDADES - ANDRÉ ESTEVES

Data 26/07/2019
Horário 04:30
Fotos: Paulo Miguel - Os Paralamas do Sucesso abriu a programação do Thermas do Rock lotando o bosque na quarta-feira
Fotos: Paulo Miguel - Os Paralamas do Sucesso abriu a programação do Thermas do Rock lotando o bosque na quarta-feira

Nascido entre os anos de 1940 e 1950, o senhor rock’n’roll é um gênero que atravessou décadas, embalou histórias de vida e testemunhou grandes transformações sociais. Conhecido por seu caráter crítico e revolucionário, o estilo musical permanece hoje como um dos mais populares do mundo e une pessoas de diferentes idades e tribos. Em Presidente Prudente, a prova de sua diversidade pode ser tirada durante o mais tradicional evento voltado para a valorização do rock e de sua filosofia: o Thermas do Rock, que avança neste ano para a sua 12ª edição. Na quarta-feira, quando Os Paralamas do Sucesso subiram aos palcos, nem mesmo os ingressos esgotados para a noite de abertura impediram que os que ficaram de fora prestigiassem o show: por detrás do alambrado, a festa também foi garantida.

Para não perder a oportunidade, o empresário Leandro Nespolo Correia, 33 anos, montou o seu próprio “camarote”. Ele estacionou o caminhão de sua firma de terraplenagem na rua do Sesc e convidou familiares e amigos para acompanharem a atração nacional de cima do veículo. “Os ingressos acabaram muito rápido, então encontrei o meu próprio jeito de estar lá. Consegui assistir normalmente e achei ótimo. O importante é fazer parte, se divertir e ficar perto dos amigos”, comenta.

Foto: Paulo Miguel - Leandro transformou seu caminhão no próprio camarote

Do lado de dentro, há inclusive aqueles que aproveitaram a ocasião para expor seu trabalho. É o caso do comerciante Eugênio Valentim Balan, 66 anos, que levou ao local os artigos de sua loja de rock – a Mistery. Ao todo, são cerca de 500 vinis disponíveis para venda e engana-se quem pensa que, em tempos de Spotify e outros serviços de streaming de música, o velho LP se tornou um produto arcaico. “A procura segue grande, porque o vinil tem a sua importância. Além de dificultar a pirataria, é um documento que atinge a melhor qualidade sonora”, relata. Envolvido desde sempre no universo da música, Eugênio elogia a estrutura do Thermas do Rock, que “facilita aos prudentinos, a um baixo custo, prestigiarem artistas a nível nacional e internacional”.

Foto: Paulo Miguel - Eugênio levou os vinis de sua loja para vender no local

O radialista Cesinha Crepaldi, 57 anos, é outro fã que incorporou o seu gosto pelo rock à profissão. Hoje, ele comanda uma programação musical na internet e usa o know-how adquirido durante sua passagem por emissoras de rádio para contribuir com o Thermas do Rock. “Quando a organização teve a ideia de lançar o festival em Prudente, fui um dos principais apoiadores e ajudo como posso sugerindo possíveis cantores e bandas e fazendo as ligações necessárias”, expõe.

Foto: Paulo Miguel - Cesinha usa know-how para contribuir com o evento

Rock sem idade

As gerações mais jovens também marcam presença em peso. No evento pela primeira vez, a estudante Beatriz Gonçalves Costa Santos Duarte, 23 anos, lembra que ficou ansiosa quando soube da vinda dos Paralamas, mas quase ficou de fora por conta da alta demanda pelos ingressos. “Foi realmente aos 45 do último tempo. Acho que era para ser mesmo”, afirma.

Foto: Paulo Miguel - Beatriz aprendeu repertório dos Paralamas com a mãe

Ela cresceu ouvindo a banda com sua mãe, que lhe ensinou a gostar do repertório. “Paralamas me remete aos sábados de faxina em casa, quando a gente cantava até enjoar. A canção ‘Melô de Marinheiro’ é bem especial para mim. Demorei um tempão para aprender e não conseguia guardar a letra. Ela teve paciência de me ensinar até eu decorar. Assistir ao show foi especial”, enfatiza.

Para a estudante Laura Regina Favarão Crespi, 17 anos, o rock também é uma paixão herdada dos pais. Ela aprendeu a gostar do gênero por conta deles e acompanhou-os durante a noite de abertura. “Amo esse festival, pois reúne minha família e todos que apreciam o gênero”, ressalta. “Como é bom ver os Paralamas na ativa e em pleno vigor. Escutar Lanterna dos Afogados e O Calibre já valeram o show. Setlist impecável”, avalia.

Foto: Paulo Miguel - Laura, de 17 anos, herdou dos pais a paixão pelo rock

PROGRAMAÇÃO

Hoje, 26 de julho

19h30 – 23h40

Angra e Korzus

 

Amanhã, 27 de julho

19h30 – 23h40

Karina Buhr e Pepeu Gomes

 

Domingo, 28 de julho

14h – 18h

Six Rockstrings

Mesmo do lado de fora, público aproveitou o show das melhores maneiras

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