A Polícia Civil prendeu ontem o terceiro suspeito de participação no homicídio ocorrido dentro do cemitério de Teodoro Sampaio. A investigação aponta que ele é acusado como mentor do crime, que teria como suposta motivação o envio de fotos íntimas da vítima à esposa dele.
O homem de 22 anos foi abordado pelas polícias Civil e Militar enquanto trafegava com sua motocicleta pela cidade. De acordo com o delegado Edmar Rogério Dias Caparroz, o rapaz de 18 anos, que foi morto, tinha como costume enviar fotos íntimas para algumas mulheres, entre elas estava a esposa do investigado.
“Todos são moradores de Teodoro Sampaio e faziam parte do mesmo círculo de amizade”, afirma. Apesar de ser apontado como mentor do crime, em depoimento à polícia, o homem negou a participação, assim como os outros dois que foram presos anteriormente.
Os investigados estão detidos temporariamente na Cadeia Pública de Presidente Venceslau pelo prazo de 30 dias. Agora, a Polícia Civil aguarda o laudo necroscópico para confrontar com o sangue coletado no local e no assoalho do carro de um dos investigados.
O homicídio ocorreu na noite de quarta-feira, 7 de abril. De acordo com o delegado de Polícia Civil, a vítima, que trabalha como cabeleireiro, estava no salão quando o primeiro investigado, 20 anos, preso na sexta-feira, esteve no estabelecimento e o atraiu para consumir drogas no cemitério.
O carro utilizado por ele pertence a um homem de 21 anos, preso no sábado. Imagens do circuito de segurança de um posto de combustíveis registrou quando ambos pararam para abastecer, momento em que foi possível ver que a vítima desceu do veículo, entrou na conveniência e logo depois retornou para seguirem com o percurso.
No cemitério, outros dois envolvidos - o dono do carro e o esposo da mulher que recebeu as fotos íntimas - estavam de moto esperando a vítima. Câmeras de monitoramento também flagraram quando eles se dirigiam ao local do crime.
Polícia Civil - Vítima esteve em posto de combustíveis junto com um dos suspeitos
“Apuramos que chegando lá eles começaram a discutir, a cobrar essa situação”, afirma o delegado. “Um primeiro disparo acertou as costas, e a munição ficou alojada, quase transfixada na parte da frente do tórax”, explica. “Acredita-se que a vítima, nesse momento, cai no chão e recebe o segundo disparo pelos olhos, e saída no crânio”.
De acordo com Caparroz, a ação ocorreu enquanto os envolvidos estavam fora do carro, mais precisamente, na parte de trás. O veículo é rebaixado e, antes da fuga, o motorista engatou a marcha à ré e passou por cima do cabeleireiro “Depois disso eles vão na casa de dois amigos, mas não chegam a narrar os detalhes do homicídio”, afirma a autoridade.
Os suspeitos chegaram a lavar o carro após o crime, mas não o suficiente para esconderem as manchas de sangue encontradas no assoalho. Para o delegado, ainda é incerto apontar quem efetuou os disparos ou atropelou a vítima, o que está sendo investigado.
Até o momento, a arma não foi recuperada.
“O crime ocorreu na quarta-feira à noite. Na quinta, ouvimos pessoas durante todo o dia, reunimos alguns elementos de informação. Na sexta-feira, fiz o pedido de prisão do dono do carro e do rapaz responsável por buscar a vítima. No sábado, avançamos na investigação. Ontem, fiz o pedido de prisão do terceiro envolvido, dono da moto [suposto mentor]”, explica o delegado Caparroz.
Durante os próximos 30 dias, a Polícia Civil continuará a ouvir testemunhas.
“A intenção é montar um conjunto probatório robusto e entregar um bom material ao Ministério Público e Poder Judiciário”.
Polícia Civil - Peritos encontraram manchas de sangue no assoalho do carro
Polícia Civil - Antes da fuga, motorista do carro deu marcha à ré e atropelou a vítima, já baleada
Polícia Civil - Nos próximos 30 dias, testemunhas continuarão a serem ouvidas na delegacia