Ideia é ampliar projeto no próximo ano e levar mais carinho e atenção

PRUDENTE - DA REDAÇÃO

Data 22/09/2022
Horário 20:15
Foto: Cedida
Professor Rudi (à frente) incentivou alunos a escreverem cartas a idosos: “Vivenciaram na prática o que é empatia”
Professor Rudi (à frente) incentivou alunos a escreverem cartas a idosos: “Vivenciaram na prática o que é empatia”

O professor Rodinei Silva, o Rudi, da EE (Escola Estadual) Francisco Pessoa, localizada no Conjunto Habitacional Ana Jacinta, em Presidente Prudente, ressalta que a “Carta Amiga” já é um projeto fixo da Sala de Leitura e a ideia para o próximo ano é ampliá-lo para outras casas de longa permanência. Levar, por meio das cartas, da escrita, carinho e atenção. 
“Os jovens vivenciam na prática a empatia, que leva as pessoas a ajudar umas às outras e está intimamente ligada ao altruísmo, amor e interesse pelo próximo, e à capacidade de ajudar. Aos que recebem nossas cartas estamos torcendo para que possam responder”, destaca o professor, emocionado. 
A ideia do projeto “Carta Amiga” é tornar essa troca de correspondências uma prática constante na escola. E lembra que a iniciativa surgiu quando ele apresentou um projeto para atuar na Sala de Leitura, que estava sendo reaberta na unidade de ensino, que prontamente iniciou com total apoio da direção e coordenação para sua concretização. E a primeira entidade escolhida para receber as cartinhas foi a Vila da Fraternidade.
“Trabalhamos com aproximadamente 40 alunos [mas fomos com apenas seis], sendo eles do ensino fundamental e médio. Turmas da tarde e noite. Os meninos escreveram para os idosos e as meninas para as idosas. A Vila da Fraternidade é um local próximo desta comunidade. E os nossos alunos têm um apreço especial pela entidade. Então, a escolha foi logo acertada com a direção”, conta o professor.

Aproximando as gerações

O professor Rudi destaca que a primeira ideia de apresentar essa forma de comunicação aos jovens e de estabelecer o contato entre juventude e terceira idade era resgatá-la, o que é desuso desta geração. Ele narra que é da geração que trocava correspondências com amigos e familiares. “Com o advento dos celulares, deixamos de escrever. Os alunos estranharam, mas fizemos um estudo sobre gênero textual, cartas, e depois fomos trabalhando na construção das mesmas. No entanto, o que mais desejamos foi colocar na prática da habilidade o socioemocional, empatia”, acentua o professor. 
Ele explica dando exemplo claro de fazer o aluno se colocar no lugar do outro, imaginar como é se sentir longe de todos e de tudo, e muitas vezes sem ter notícia de um familiar. Os fez imaginar presos dentro de casa por um ano sem ver ninguém, sem poder ir ao mercado, sem poder ver nem mesmo os familiares. Eles ficaram apreensivos e se animaram para escrever. “E com as cartas desejamos o início de uma amizade ou que os moradores da Vila da Fraternidade possam se sentir acolhidos”, frisa Rudi. 

CONFIRA TAMBÉM:

Idosos da Vila da Fraternidade se emocionam com “Carta Amiga”

Publicidade

Veja também