Infectologista sobre Santa Mercedes: “isolamento natural favorece”

Exemplos de outros países ajudam a explicar alguns conceitos novos, como o controle de fronteiras contra o avanço do vírus e a eficácia do cumprimento do distanciamento social

REGIÃO - MARCO VINICIUS ROPELLI

Data 28/08/2020
Horário 05:12
Cedida - Para infectologista, ausência de casos pode dever-se a pequeno fluxo de entrada de pessoas na cidade
Cedida - Para infectologista, ausência de casos pode dever-se a pequeno fluxo de entrada de pessoas na cidade

Sobre o caso de Santa Mercedes, a única cidade do Estado de São Paulo que, até então, não possui casos confirmados do novo coronavírus, o médico infectologista Paulo Mesquita afirma que o motivo epidemiológico que pode explicar a situação é um isolamento natural do município.
A hipótese levantada pelo médico se faz real quando a secretária municipal de Saúde de Santa Mercedes, enfermeira Carla Priscila Alves Braga, 37 anos, confirma que o fluxo de entrada e saída de pessoas de lá não é grande: a maioria da população atua no funcionalismo público, e trabalha dentro do município. Este motivo, por exemplo, foi um dos que motivaram a Secretaria de Saúde da cidade a não criar barreiras sanitárias nas entradas de Santa Mercedes. Além disso, tais barreiras são recomendadas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) somente às cidades que estão localizadas nos limites interestaduais, o que não é caso do município em questão. 

Controle sobre o fluxo de pessoas

Para referendar a tese, ainda que em proporção muito maior, Mesquita cita a Nova Zelândia, que destacou-se como um país que conseguiu controlar a pandemia em seu território. Por ser uma ilha, o país da Oceania consegue controlar o fluxo de pessoas que entram, diferente do Brasil, que com fronteiras imensas e dimensões continentais, tem dificuldade de controlar a entrada de pessoas em alguns pontos. 
Outro ponto tido como “fundamental pelo médico é a disciplina da população a seguir as recomendações das autoridades de saúde. “Distanciamento é medida efetiva”, destaca. Como exemplo, ele cita os países do norte da Europa. Enquanto a Suécia não fez política de isolamento e distanciamento social e obteve números altos de incidência do vírus e letalidade por milhão de habitantes, seus vizinhos que praticaram o isolamento, Dinamarca e Finlândia, por exemplo, têm se saído melhor contra a nova doença.

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