Juros imobiliários podem reduzir pela metade

Reportagem ouviu o setor e constatou que a redução poderá significar maior número de fechamento de negócios e retomada de um ramo que há alguns anos enfrenta desafios

PRUDENTE - GABRIEL BUOSI

Data 30/08/2019
Horário 09:49
José Reis - Para setor da construção civil, medida significará maior quantidade de fechamento de contratos
José Reis - Para setor da construção civil, medida significará maior quantidade de fechamento de contratos

A Caixa Econômica Federal lançou recentemente uma linha de financiamento habitacional com atualização do saldo devedor pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). A novidade agradou o setor imobiliário, principalmente com a notícia de que, desta forma, o valor das prestações de tais financiamentos, segundo o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, poderá ser reduzido em até 50%. Para a imobiliária e a construtora ouvidas pela reportagem, a redução poderá, em curto prazo, significar maior número de fechamento de negócios e consequentemente retomada de um setor que há alguns anos enfrenta desafios.

De acordo com a Caixa, a taxa mínima para imóveis residenciais enquadrados nos Sistema Financeiro Habitacional e Sistema Financeiro Imobiliário será de IPCA + 2,95% ao ano e taxa máxima de IPCA + 4,95% ao ano. “As taxas valem para novos contratos e já estarão vigentes a partir do dia 26 de agosto”. À reportagem da “Agência Brasil”, Guimarães afirmou, sobre a redução, que o valor da prestação do financiamento imobiliário poderá ser reduzido até pela metade ao exemplificar.

“O que representa isso? Um imóvel de R$ 300 mil, que hoje você começa pagando R$ 3 mil, você baixará, com 4,95% de taxa, de R$ 3.168 para R$ 2 mil. Se você chegar a uma taxa de 2,95%, você chega a uma redução de 51% na prestação”, informou o presidente à agência de notícias. Vale destacar que antes essa conta era feita a partir da TR (Taxa Referencial), atualmente zerada, sendo que os bancos costumavam cobrar um adicional que poderia variar de 8,5% a 9,5%.

Setor animado

O analista comercial de vendas da Pacaembu Construtora, Luiz Henrique Lopes, esclarece que se a possibilidade for confirmada, o setor de construção, sem dúvidas, verá com bons olhos, já que significará maior quantidade de fechamento de contratos. “É o aquecimento que o mercado precisa, pois há, hoje em dia, uma dificuldade muito grande na aquisição, e isso é muito influenciado pelos juros vigentes”, comenta. Com isso, Luiz esclarece que a “grande diferença” seria notada pelos clientes no preço final do empreendimento, em uma “medida que ajuda na hora de bater o martelo”.

A proprietária da Mell Imóveis, Mell Minzoni, ao ser questionada pela reportagem, também relata contentamento com a possiblidade de redução, e o motivo é o mesmo do mencionado acima: aquecimento do setor. “Nosso ramo está parado há alguns anos e a redução geral dos juros poderá tornar mais acessível a realização de sonho da população, pois já perdemos muitos negócios por causa dos altos valores cobrados em juros”, ressalta. Um reflexo deste cenário também, segundo ela, é o fato de que um mesmo imóvel colocado tanto para venda quanto locação, sai com mais facilidade para o aluguel.

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